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Novo personagem: Jackson Antunes comemora parceria com Irandhir Santos em Pantanal: “Ator intenso!”

As cenas estão previstas para irem ao ar a partir dessa sexta-feira, dia 20 de maio

Publicado em 20/05/2022

Além de Maria Bruaca (Isabel Teixeira), José Lucas de Nada (Irandhir Santos) terá uma guinada em seu destino nos próximos capítulos de Pantanal. Após visitar a avó de criação, dona Jacutinga (Glaucia Rodrigues), que lhe dá um dinheiro para que possa seguir viagem, o caminhoneiro parece não ter rumo, mas sem saber, está indo em direção ao pai que nunca conheceu, José Leôncio (Marcos Palmeira).

Em suas andanças, José Lucas pega uma carona para o Mato Grosso do Sul, onde conhece o peão chefe de comitiva Túlio (Jackson Antunes), que lhe oferece um trabalho temporário. Zé Lucas aceita e eles seguem rumo ao Pantanal. É só o início de uma longa jornada.

Em entrevista, Jackson Antunes fala sobre sua participação especial na novela:

Como foi recepcionado nos bastidores da novela “Pantanal?

A recepção em ‘Pantanal’ não poderia ter sido melhor. Em primeiro lugar, porque lá está Marquinhos Palmeira, meu amigo de 30 anos, um irmão, que eu conheci na novela ‘Renascer’. Papinha, por quem fui dirigido em várias novelas. Também, alguns filhos da ficção, mas que são próximos de filhos da realidade, como Gabriel Sater, que fez comigo “Coração de Cowboy”. Fui o pai dele. Zé Loreto fez o Aldo, de quem fui o pai em “Aldo – Mais Forte que o Mundo”. São 30 anos de casa. Reencontrei figurinistas, contra-regras. Foi uma festa tão grande, tão imensa que mesmo se eu não fosse gravar ali já bastaria, só de encontrar a turma. Todos felizes, torcendo, aplaudindo depois da cena. Isso tudo com carinho do seu Benedito Ruy Barbosa, de Bruno Luperi, neto dele. Não havia dúvida em meu coração de que ‘Pantanal’ seria um grande sucesso. Acho que é o momento propício. A novela oferece paisagens lindas, tem personagens riquíssimos. Lá também está meu amigo Osmar Prado, que reencontrei. Depois que contracenamos em ‘’Sinhá Moça”, Osmar virou um irmão. Era como se eu estivesse em casa — uma família imensa de pessoas amadas e queridas. Eu acho que a grande riqueza nesses 30 anos de televisão está exatamente nas relações, nos amigos que fiz. Isso é o grande legado da minha vida.

Túlio (Jackson Antunes) de Pantanal
Túlio (Jackson Antunes) de Pantanal

Como foi trabalhar com Irandhir Santos? Vocês já haviam trabalhado juntos?

Eu já conhecia Irandhir através do cinema. Recentemente, o assisti em “Redemoinho”, de José Luiz Villamarim. Sempre fui um admirador do Irandhir. É um ator intenso, que entrega, que constrói o personagem de dentro para fora. Um ator que tem um compromisso tão sério com a arte de representar. Ele tem um método pessoal de se envolver com o personagem. Possui um caderno imenso, dividido em páginas, blocos, cada um tem uma cor e, através das cores, como se fosse cromoterapia, ele busca a emoção do personagem. É impressionante como aquilo funciona. Às vezes, você vê uma palavra grifada lá e quando vai contracenar com esse grande ator sente que aquela palavra que ele grifou sai da maneira como ele quis. Ele é uma ator estudioso, além de ser extremamente talentoso. Outro ponto que me tornou ainda mais um admirador de Irandhir Santos é que, além desse lado prático e dessa técnica, ele tem um lado intuitivo maravilhoso. Antes da cena, a gente falava da trajetória que ele teve como motorista. Ele fez referência a todos os personagens da novela. Ele entra em uma viagem que ele mesmo cria, porque o beneficia, antes da cena e ele fica com ela até terminar e alguns minutos depois, sem perder a noção de tudo que está acontecendo ao seu lado. É um transe permitido e ele tem o domínio total da cena e de tudo que está acontecendo. Sem falar que o Irandhir foi um encontro de almas. A sensação que nós tínhamos e temos até hoje é de que foi um irmão que estava em um tempo-espaço à espera de nos encontrarmos. Nossa relação é uma coisa linda. Sempre que nos encontramos é lindo. Nosso abraço dura 20 minutos, em silêncio. Falando por si próprio, do respeito, do carinho, da amizade.

José Lucas (Irandhir Santos) e Túlio (Jackson Antunes) de Pantanal
José Lucas (Irandhir Santos) e Túlio (Jackson Antunes) de Pantanal

Túlio é uma participação especial, mas tem um papel importante na história. É ele quem leva José Lucas de Nada ao encontro com José Leôncio. Como você enxerga o personagem?

Túlio é chefe de uma comitiva e, de repente, chega o Zé Lucas de Nada lá. Túlio é um sujeito boa praça, é um bon vivant. Ele gosta da sua comitiva, gosta do gado, gosta dos peões, é bem humorado, e emprega o Zé Lucas de Nada, mas também não é bobo. É um caboclo que tem um tino de perceber as coisas, tem um sexto sentido. Quando ele vê aquele moço com bonezinho, brinco na orelha, acha um pouco estranho, mas respeita. O José Lucas começa a fazer algumas perguntas. Quando o Túlio está falando do Zé Leôncio, ele pergunta: “Mas que Zé Leôncio é esse?”. Acho que ele pesca um pouco, mas acho que também respeita aquilo devido ao grande carinho que sente por José Lucas de Nada. Acho que, em algum momento, Túlio se vê em Zé Lucas. É ele que leva o terceiro filho de Zé Leôncio até a fazenda e que sabe que precisa resolver uma situação mal resolvida e sabe também, no fundo, que ele tem de ficar por ali. Nossa cena de despedida é emocionante, onde o Zé Lucas sabe que seu destino está ali na fazenda, com o pai, que há muitas manobras a serem feitas ali para ele conquistar esse pai. É um personagem dúbio, misterioso, o Zé Lucas. Ninguém sabe se ele quer reaver o que é dele junto a família ou se ele quer vingança. O Túlio simplesmente cumpre a sua missão deixando o Zé Lucas ali e parte com sua comitiva em destino indefinido.

Pantanal, 30 anos atrás, marcou sua vida de alguma maneira? E sua relação com Benedito?

Se eu fosse escrever um livro contando a minha história, não teria como, a maioria das páginas seria preenchida por um nome: Benedito Ruy Barbosa. Outro nome: Luiz Fernando Carvalho. Foi em uma novela do Benedito, “Renascer”, em 1993, eu então com 33 anos, norte-mineiro, vindo lá do sertão, do serrado das Gerais, que tive minha primeira e grande oportunidade em um grande papel importante na trama. Isso foi graças à coragem honesta do seu Benedito e Luiz Fernando Carvalho em apostar em um rosto novo numa época em que isso não era muito normal. Era 1993. Por que não acreditar em um ator que não daria nenhum tipo de problema? Uma escalação acertada, um ator que já tivesse nome, um ator que já tivesse uma carreira definida. No entanto, seu Benedito, tanto como Luiz Fernando Carvalho, sempre foi muito corajoso. Maria Carmem Barbosa também. Na época, fiz um teste com ela, que também abriu os caminhos para mim. Eu estreei ali. Logo depois, acho que fiz quase todas as novelas de Benedito — exceto por “Caboclo”, pois acho que eu estava escalado para um outro papel, mas acho que fiz personagens em quase todas as novelas dele. Certa vez, eu fui à fazenda dele e vi Bruno pequenininho. Eu não sabia que, logo depois, o Bruno assumiria a dianteira do vô. De certo modo, quando o Benedito passou a escrever menos, as meninas, filhas deles, começaram a tomar frente e com muito sucesso. Daí vem o Bruno, que pega sua obra, de muitos anos atrás, e traz renovação, traz um conceito novo, traz uma linguagem dos dias de hoje. É maravilhoso, não é por acaso que a novela é um grande sucesso. Eu joguei para o universo para que venham outros remakes. Sonho e acredito muito nisso. Queira Deus que eu esteja lá, passando a bandeira, fazendo outro personagem. 

José Lucas (Irandhir Santos) e Túlio (Jackson Antunes) de Pantanal
José Lucas (Irandhir Santos) e Túlio (Jackson Antunes) de Pantanal

Pantanal é escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Rogério Gomes, direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard e Noa Bressane. A produção é de Luciana Monteiro e Andrea Kelly, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.

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