#TBTdaTelevisão: Novelas que resgataram um passado recente, como Verão 90

Publicado em 07/02/2019

O #TBTdaTelevisão desta semana, aqui no Observatório da Televisão, relembra outras produções que, a exemplo de Verão 90, atual novela das 19h da Rede Globo, também recriaram um passado recente. Este é um grande desafio para as equipes, uma vez que muitas pessoas que viveram a época escolhida em geral estão vivas, amadurecidas e mais críticas quanto a escorregadas.

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As décadas de 1950 e 1960, ainda recentes nos anos 1980: o #TBTdaTelevisão relembra novelas que falaram do seu “ontem”

Bambolê (1987/88) se passava no final dos anos 1950, início dos anos 1960. Daniel Más teve como base um romance de Carolina Nabuco, Chama e Cinzas. Anteriormente, a mesma autora já havia sido adaptada com sucesso por Manoel Carlos em A Sucessora (1978/79). Álvaro Galhardo (Cláudio Marzo) era um viúvo moderno, que criava as três filhas com toda a liberdade. No entanto, sua cunhada Fausta (Joana Fomm) desejava arrumar logo casamentos para elas. Não concordava com o modo de viver de Ana (Myrian Rios), Yolanda (Thaís de Campos) e Cristina (Carla Marins). O estigma da mulher desquitada se fez presente na figura de Marta (Susana Vieira). Álvaro e ela se envolviam. Sucessos musicais da época abordada, como “Que Será” (Dalva de Oliveira) e “Puppy Love” (Paul Anka), constaram da trilha.

O começo da década de 1960 centrou a ação de Estúpido Cupido (1976/77). Estreando na televisão, o dramaturgo Mário Prata contou a história dos habitantes da pequena Albuquerque, inspirada em Lins (SP), sua terra natal. Os jovens Tetê (Françoise Forton) e João (Ricardo Blat) se amam. E os viúvos Olga (Maria Della Costa) e Guima (Leonardo Villar), respectivamente mãe dela e pai dele, também. Essa época de mudanças mundo afora, twist, rock e lambretas era igualmente o tempo de Ney Medeiros, ou Mederiquis (Ney Latorraca), liderando a juventude local.

Em Escalada, não apenas uma, como algumas décadas ainda frescas na memória

Além disso, Escalada (1975), de Lauro César Muniz, centrou uma de suas fases entre os anos 1950 e 1960. Iniciada na década de 1940 no interior paulista, a trama evolui em sua segunda fase e situa Antônio Dias (Tarcísio Meira) nos bastidores da construção de Brasília, a nova capital do Brasil. Cidadão Brasileiro (2006), a saber, foi uma nova versão da mesma história, com as devidas adaptações. Antônio (Gabriel Braga Nunes) também teve sua trajetória contada ao longo de várias fases/décadas. O autor teve na ocasião a oportunidade de conduzir a história como pretendia em 1975 e não pôde em virtude da ação da Censura.

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Gilberto Braga e as minisséries: o desafio dos gritos do passado que ainda ecoavam

Em 1986, Gilberto Braga escreveu sua primeira minissérie: Anos Dourados. Como o título alude, a história se passava na década de 1950. Mais precisamente, na segunda metade da década, durante o governo de Juscelino Kubitschek. O amor dos jovens Lurdinha (Malu Mader) e Marcos (Felipe Camargo), em meio aos hábitos da época e à repressão sexual, é atrapalhado por fatores sociais. Especialmente o fato de Marcos ser filho de Glória (Betty Faria), desquitada e funcionária de uma boate. Uma “camarada de boate em Copacabana”, como dizia Celeste (Yara Amaral), mãe de Lurdinha. O suposto impedimento se agravava pelo fato do pai de Marcos, Morreu (Milton Moraes), ser músico da noite. Rosemary (Isabela Garcia), a jovem liberada que na verdade era virgem, também merece menção.

A minissérie foi muito exaltada na época pelo glamour de produção, pela reconstituição de época primorosa, apesar de tratar de um tempo não tão longínquo. Posteriormente, foi produzida uma espécie de sequência, Anos Rebeldes. Agora os anos 1960 é que estavam em voga. O amor de Maria Lúcia (Malu Mader) e João Alfredo (Cássio Gabus Mendes) é atrapalhado pela conjuntura política do Brasil da época. A história transcorre de 1964 a 1979, ou seja, do início do Regime Militar à anistia. Uma vez mais, muitos elogios à produção de época. Ainda, vale salientar que os personagens da ficção eram os pais e avós da geração que, influenciada pela minissérie, foi às ruas gritar contra Fernando Collor de Mello.

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