Essa semana no #TBTdaTelevisão, outras novelas que, tal qual Eta Mundo Bom!, tiveram reprises anunciadas que não aconteceram

Publicado em 19/09/2019

Alguns dias atrás, os noveleiros ficaram em polvorosa com a divulgação da novela que sucederia a Por Amor no Vale a Pena Ver de Novo dentro de algumas semanas. Contrariando as expectativas de muitos, a Globo escolheu Eta Mundo Bom!, de Walcyr Carrasco, autor de A Dona do Pedaço. Exibida em 2016 às 18h, a novela tinha no ingênuo Candinho (Sérgio Guizé) seu personagem principal. Todavia, no final de semana a emissora voltou atrás e divulgou que Avenida Brasil (2012), de João Emanuel Carneiro, é que seria a substituta de Por Amor, a partir de outubro. O #TBTdaTelevisão relembra outros casos de reprises anunciadas que não aconteceram, tanto divulgadas pelas próprias emissoras em chamadas quanto algumas que ficaram só na imprensa.

Alguns casos a serem lembrados entre as reprises anunciadas que não aconteceram na Globo

Pois é. Mesmo a Globo, que não costuma dar pra trás nas decisões que toma a respeito da grade, ainda mais se tomá-las com muita antecedência, já divulgou reprises que acabaram não ocorrendo. Isto é, pelo menos não quando se previa. Em 1980, a novela Gina (1978), de Rubens Ewald Filho, seria reprisada às 14h, mas acabou preterida em favor de À Sombra dos Laranjais (1977), de Benedito Ruy Barbosa e Sylvan Paezzo com base em Viriato Corrêa. Falecido este ano, Ewald Filho adaptou um romance de Maria José Dupré, também autora de Éramos Seis, resgatado uma vez mais atualmente pela Globo para sua faixa das 18h. Protagonizada por Christiane Torloni, Gina nunca foi reprisada.

Estreado em 1980, o Vale a Pena Ver de Novo também já teve divulgadas reprises que não foram ao ar na ocasião da notícia. Em 1990, já em janeiro Sassaricando (1987/88), de Silvio de Abreu, seria reapresentada em substituição a Brega & Chique (1987), de Cassiano Gabus Mendes. Só para ilustrar, a ordem seria a mesma da exibição original das duas novelas às 19h. Ou seja, primeiro Cassiano, depois Silvio. Mas a Globo decidiu trocar Sassaricando por Pão-pão, Beijo-beijo (1983), de Walther Negrão. Embora, diga-se, já houvesse chamadas da volta de Sassaricando, que acabou ocorrendo enfim em julho do mesmo ano.

Em agosto de 1982, a minissérie Bandidos da Falange, de Aguinaldo Silva e Doc Comparato, enfrentou dificuldades para ser liberada pela Censura. Em virtude desse problema, uma reprise da novela O Espigão (1974), de Dias Gomes, foi anunciada para tapar o buraco. A saber, até uma nova abertura foi concebida para a novela. No entanto, o que se viu no horário (faixa das 22h) foram enlatados, durante dois meses. Em outubro de 1982 estreou uma reprise de novela, mas de Dancin’ Days (1978/79), de Gilberto Braga. O Espigão nunca foi reprisada.

Desejo de evitar conflitos e de produzir remakes motivaram reprises anunciadas que não aconteceram

Em 2016, a segunda versão de Ti-ti-ti (2010/11), escrita por Maria Adelaide Amaral a partir da obra de Cassiano Gabus Mendes, seria reexibida pela emissora. Mas para evitar coincidências de atores com a nova novela da autora, A Lei do Amor (2016/17), que conviveria com a reprise, Ti-ti-ti foi trocada por Cheias de Charme (2012), de Filipe Miguez e Izabel de Oliveira.

A clássica Dancin’ Days (1978/79), de Gilberto Braga, teve um retorno noticiado em 1997, para prosseguir com os bons índices de duas novelas de Ivani Ribeiro na ocasião. As reprises de Mulheres de Areia (1993) e A Viagem (1994) alcançavam audiência acima da média. No entanto, a novela que acabou escalada para substituir A Viagem foi Fera Ferida (1993/94). Aguinaldo Silva, Ana Maria Moretzsohn e Ricardo Linhares criaram um enredo que aliava elementos de diversas obras de Lima Barreto. Dancin’ Days foi preservada porque a intenção passou a ser a de fazer uma nova versão. A propósito, isso até hoje não aconteceu.

Entre os anos 2000 e 2010, a Globo foi obrigada a abrir mão de reprises de algumas novelas das 21h

As regras de classificação indicativa fizeram com que as emissoras tivessem dificuldades para reapresentar novelas das 21h, por exemplo. Recentemente reapresentada pelo Canal Viva, a novela Estrela-guia (2001) seria cartaz do Vale a Pena Ver de Novo no início de 2004, sucedendo a Anjo Mau (1997/98). Todavia, o contrato de Sandy & Junior, os irmãos cantores que fizeram a novela de Ana Maria Moretzsohn, expirou na mesma época. E a Globo não quis divulgá-los de graça, uma vez que poderiam em breve não mais ser artistas de seu cast. Corpo Dourado (1998) foi escolhida para a vaga. Isso após não se conseguir liberar Porto dos Milagres (2001), em uma das tentativas.

Mesmo com a Globo desejando reprisá-las, novelas das 21h ficaram na gaveta

Posteriormente, em 2005, a Globo pretendia reprisar O Clone (2001/02). Mas adiou a volta dessa novela de Glória Perez para que não convivesse com uma obra inédita da autora, América. De modo que a sucessora de Deus nos Acuda (1992/93) à tarde foi Laços de Família (2000/01). A saber, a tentativa de liberar a novela de Manoel Carlos vinha do ano anterior. E a própria Deus nos Acuda funcionou como reprise-tampão enquanto se resolviam problemas de faixa horária. Só para ilustrar, O Clone acabou voltando apenas em janeiro de 2011.

Novelas como Porto dos Milagres e O Clone (2001/02) eram as vontades da Globo para o Vale a Pena Ver de Novo entre 2005 e 2006. Mas acabaram preteridas em favor de atrações antes exibidas às 18h e 19h. A Viagem seria resgatada dos arquivos em 2006 após duas intenções da Globo serem descartadas. Para suceder a Força de Um Desejo (1999/2000), em fevereiro de 2006, a emissora tentou primeiro Porto dos Milagres. Vetada a novela de Aguinaldo Silva e Ricardo Linhares com base em Jorge Amado, seria Torre de Babel (1998/99) a nova tentativa. Mas a história de Silvio de Abreu também foi “proibida”. Ambas até hoje seguem “inéditas” no Vale a Pena Ver de Novo. Portanto, continuam no grupo das reprises anunciadas que não aconteceram. Com efeito, não foi por falta de vontade da emissora.

Novelas da tarde da Record TV

Recentemente, a Record TV voltou atrás em duas escolhas para suas novelas da tarde. Chamas da Vida (2008/09), de Cristianne Fridman, autora de Topíssima, seria uma das primeiras a ocupar a faixa nova. No entanto, problemas com sua liberação para o horário livre na ocasião fizeram com que Prova de Amor (2005/06), de Tiago Santiago, entrasse ao invés dela, fazendo companhia a Dona Xepa (2013), de Gustavo Reiz com base em Pedro Bloch.

Outra que entrou para a leva das reprises que não aconteceram foi Vitória (2014/15), também de Cristianne Fridman. Há alguns meses, a emissora pretendia reprisá-la em substituição a Essas Mulheres (2005). No entanto, a tragédia ocorrida numa escola estadual em Suzano (SP) na mesma época fez com que a Record TV voltasse atrás e anunciasse Caminhos do Coração (2007/08) em seu lugar. A trama da novela apresenta acontecimentos que poderiam ser tomados como desrespeito ao momento da vida real.

O SBT também já fez das suas quando o assunto são as reprises anunciadas que não aconteceram

Não faz muito tempo, duas novelas mexicanas foram anunciadas com chamadas nos intervalos da programação do SBT. No entanto, suas prometidas reprises não vieram “em breve”. Aliás, não vieram até hoje. Falamos de Esmeralda e A Outra.

Em 2008, o SBT anunciou a reprise de A Outra, exibida originalmente pela emissora em 2004. Posteriormente, em 2016, foi a vez de Esmeralda, em sua versão mexicana apresentada no Brasil em 2000. Nesse caso, a novela que acabou sendo exibida foi A Mentira, também de 2000 (por aqui). E que assim ganhou sua primeira reprise em 16 anos. Uma provável causa para o cancelamento é o privilégio que a emissora costuma dar à sua própria versão da história de Inés Rodena, que também se chamou Esmeralda. Bianca Castanho e Cláudio Lins foram os protagonistas da novela, já exibida três vezes.

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