In Memoriam

110 anos de Paulo Gracindo, um artista de muitas facetas que marcou a dramaturgia brasileira

Além de um dos nossos maiores atores, ídolo marcou época como apresentador e comediante

Publicado em 09/08/2021

Nascido em 16 de julho de 1911 no Rio de Janeiro, então Capital Federal, e criado em Alagoas, Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo era filho de um influente político, Demócrito Gracindo, e de dona Argentina. Tendo perdido o pai ainda bastante cedo, com menos de 20 anos de idade, o jovem Pelópidas cumpriu até os 20 anos a promessa que havia feito a ele, e manteve-se longe dos palcos e da vida de artista, embora muito a desejasse.

Após algum tempo fazendo teatro mambembe, em 1934 Paulo Gracindo profissionalizou-se ao entrar para a companhia da estrela Alda Garrido. Participou também de companhias lideradas por figuras de destaque como Procópio Ferreira, Dulcina de Moraes e Elza Gomes – esta, sua futura colega na televisão.

Ainda nos anos 1930 Paulo Gracindo ingressou no cinema – e fez relativamente poucos filmes, embora em seu currículo conste um clássico da envergadura de Terra em Transe, de Glauber Rocha. O rádio também passou a contar com seu talento nessa época. Em 1939, o ator entrou para o time da Rádio Tupi, na radionovela Serpentes de Bronze; era o mocinho atrapalhado pelo vilão vivido por Paulo Porto.

Não muito depois o artista passou para a lendária Rádio Nacional, onde além de ator consagrou-se como comediante e apresentador, conduzindo por anos a fio um show de auditório chamado Noite de Estrelas. E como Pelópidas virou Paulo? O nome grego era quase impronunciável da forma correta para muitas pessoas, e ao ser um dia anunciado como “Envelope” por uma empregada doméstica, Pelópidas decidiu-se por um nome mais simples.

Na televisão, além do famoso quadro de humor Primo Pobre, Primo Rico, egresso do rádio – junto com Brandão Filho -, Paulo Gracindo consagrou-se com uma série de interpretações marcantes em novelas que estão entre o que se fez de melhor em nossa teledramaturgia.

Tucão em Bandeira 2 (1971), Odorico Paraguaçu em O Bem-amado (1973), Antenor em Os Ossos do Barão (1973), Coronel Ramiro em Gabriela (1975), João Maciel em O Casarão (1976), Padre Hipólito em Roque Santeiro (1985), Vovô Pepê em Mandala (1987), Betinho Figueroa em Rainha da Sucata (1990) e Petrônio Paranhos em Araponga (1990) são apenas alguns dos trabalhos do ator na telinha.

O In Memoriam do Observatório da TV homenageia o saudoso e insubstituível Paulo Gracindo, que completaria 110 anos de idade em 2021 e faleceu em 4 de setembro de 1995, aos 84 anos, após complicações decorrentes de um câncer de próstata. Confira o vídeo!

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