TRAMA DELIRANTE

Após muita brisa, cabe a pergunta: Nove Desconhecidos vale a pena?

Minissérie disponível no Prime Video tem de ser encarada de um jeito especial

Publicado em 25/09/2021

Você provoca este efeito estranho em mim, e eu gosto“. O trecho da música de abertura da minissérie Nove Desconhecidos é perfeito para resumir a sensação depois de acabar a estadia no resort Tranquillum, regada a muita brisa e alucinógenos. Afinal de contas, a trama delirante que gerou muitas críticas na imprensa vale a pena ser maratonada?

A produção chegou ao fim nesta semana e agora está completa com os oito episódios disponíveis no Prime Video. Jornalistas criticaram a minissérie logo na estreia, por teoricamente apresentar uma narrativa fraca e ter uma protagonista (Nicole Kidman) longe das melhores atuações, Nove Desconhecidos não é tão ruim quanto parece.

A premissa de Nove Desconhecidos tem como base o livro homônimo de Liane Moriarty, a mesma escritora de Big Lilttle Lies (Pequenas Grandes Mentiras). A história é ambientada em um resort espetacular, no qual nove pessoas se inscreveram para passar dez dias afastados da rotina.

O local, chamado de Tranquillum House, promete transformar e curar a alma e a mente dos hóspedes, aplicando técnicas nada convencionais. A guru do santuário é a russa Masha Dmitrichenko (Nicole).

Bobby Cannavale em Nove Desconhecidos
Bobby Cannavale em Nove Desconhecidos

Carga negativa

O tal “efeito estranho” que a música Strange Effect (da banda Unloved) aponta na canção romântica pode ser adaptado para exemplificar a sensação do telespectador de se divertir em alguns momentos da narrativa, mesmo com muita carga negativa e bagagens pesadas em todos os cantos.

Nove Desconhecidos junta em um caldeirão ideações suicidas, vício em remédios, ataques de pânico, comportamento agressivo e depressão, além de outras reações, sensações e comportamentos que brotam nos piores momentos da vida humana.

Como o panfleto da Tranquillum promete, encarar os tormentos de cara é a rota de fuga para sair da escravidão de ser dominado por eles. Quando Nove Desconhecidos entra nessas questões, é hora de fechar a cara, prestar atenção e absolver a mensagem ali transmitida.

Asher Keddie sorri em cena de Nove Desconhecidos
Asher Keddie sorri em cena de Nove Desconhecidos

Divertida

Intercalando isso, a minissérie tem pitadas boas de descontração e relaxamento. É como se o resort fosse a casa do Big Brother: tem sexo, nudez, barracos, provas ridículas, festas, piscina, paquera e um um grupo de surtados dividindo o mesmo teto.

Esse aspecto mais leve torna Nove Desconhecidos curiosa. Aquelas pessoas com um monte de problemas nas costas são as mesmas capazes de protagonizar momentos de alegria e diversão. Ou seja, gente como a gente.

Os nove personagens principais são bem desenvolvidos. Aqueles que se destacam são por causa dos atores que estão ótimos, em especial Regina Hall (a violenta Camel), Michael Shannon (o irritantemente positivista Napoleon) e Melissa McCarthy (a amigável Frances).

Quem deseja maratonar Nove Desconhecidos pode embarcar nessa sem medo, sabendo que vai haver esse mix de situações pesadas e prazerosas. Vale persistir até o final porque o desfecho é satisfatório.


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