OPINIÃO

Michelle Obama caricata e cringe é tropeço na carreira de Viola Davis

É preciso compreender que é possível uma lenda da atuação entregar uma performance abaixo da crítica

Publicado em 19/04/2022

Todo ator e atriz vai tropeçar durante a carreira, aparecendo em algum projeto ruim ou errando o tom na atuação. E Viola Davis chegou nesse ponto fora da curva. A premiadíssima atriz, uma das mais aclamadas da atual geração, entregou uma performance caricata e cringe de Michelle Obama na série The First Lady (Paramount+), sobre a trajetória de três primeiras-damas dos Estados Unidos ao longo da história.

O drama estreou no Brasil na última segunda-feira (18), e o público percebeu o que os críticos tinham visto com antecedência e pontuaram nas avaliações negativas da série. Viola Davis não achou o jeito de falar ideal da advogada e surgiu uma versão de Michelle Obama como se fosse imitação feita para um programa de esquetes, uma representação over the top (exagerada).

Lógico, fãs de Viola Davis saíram em defesa da atriz dona da tríplice coroa da atuação (ganhou Emmy, Oscar e Tony, os maiores prêmios da TV, cinema e teatro, respectivamente). Teve ainda o extremo da situação, aquela pessoa que nem assistiu The First Lady e soltou um palpite na discussão.

O que se percebe em linhas gerais, porém, é uma reação mais equilibrada. É aquela visão de que sim, Viola Davis é um talento do mais alto nível, inquestionável. Mas a Michelle Obama de The First Lady simplesmente não funcionou, não ficou legal. 

E isso acontece com os melhores nomes da atuação. Um projeto desse nível, constrangedor, vai aparecer no currículo, cedo ou tarde.

A recepção negativa tem origem na alta expectativa que havia de ver Viola Davis na pele de Michelle, dois ícones. Todos esperavam testemunhar uma atuação épica. Nota-se que o resultado foi histórico, contudo não pelos motivos mais nobres.

Sem extremismos, é impossível não distinguir o nível de interpretação de Viola Davis em The First Lady com as outras colegas protagonistas. Gillian Anderson também não foi tão feliz vivendo a Eleanor Roosevelt, embora seja um trabalho aceitável. Já Michelle Pfeiffer acertou Betty Ford na mosca e, mantendo o padrão, deve beliscar uma indicação ao Emmy.

Como The First Lady muda de linha do tempo frequentemente ao contar as histórias dessas três primeiras-damas americanas, quando chega a vez de Michelle Obama é perceptível a diferença na qualidade em comparação com as outras duas encenações. Nada que manche a carreira de Viola Davis, mas não tem como negar que é um atuação abaixo da crítica. ⬩

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