Anunciada em 2012, a série A Idade Dourada (The Gilded Age) finalmente ficou pronta e, uma década depois, estreia na HBO. O primeiro episódio vai ao ar nesta segunda-feira (24), às 23h, após uma saga épica de mudança de canal de exibição, alterações no elenco e impacto da pandemia. A criação é de Julian Fellowes, o mesmo da franquia Downton Abbey.
Há dez anos, em pleno auge do drama premiado que conquistou o mundo ao explorar a rotina da aristocracia britânica, a rede NBC encomendou uma série com um alicerce similar, cuja narrativa seria acompanhar a classe elitista e podre de rica americana, no final do século 19.
Mesmo atarefado com Downton Abbey, Julian Fellowes começou a escrever a atração batizada de A Idade Dourada, mirando em titãs milionários que habitavam a Nova York dos anos 1880, encenando conflitos entre os endinheirados tradicionais e jovens mais ousados nos investimentos.
Os entraves de A Idade Dourada
Um dos primeiros problemas de A Idade Dourada foi o acúmulo de tarefas. Fellowes escrevia os melhores episódios de Downton Abbey enquanto estruturava o drama da NBC. A rede americana não apressou o roteirista, deixando-o trabalhar ao seu tempo.
Os primeiros rascunhos demoraram a chegar, mas não decepcionaram. Os executivos da NBC notaram imediatamente que tinham em mãos um produto de altíssimo nível, fora de série. Eis outro entrave. Para a trama se adaptar ao orçamento de uma TV aberta, cortes teriam de ser feitos em algumas coisas da atração, do figurino ao cenário. Isso comprometeria a construção criativa da história.
Daí, veio um processo de transição amigável. A Idade Dourada ficou muito grande para a NBC e o estúdio de televisão da Universal, coirmão da NBC no conglomerado NBCUniversal, passou a oferecer o drama de época no mercado, de olho em parcerias. A HBO mostrou-se o lar mais adequado, pois ali o cofre estaria aberto para condizer com o visual chique e pomposo da trama.
Em maio de 2019, sete anos após ser anunciada na NBC, A Idade Dourada oficialmente mudou de casa, aterrissando na HBO. A produção estava prestes a iniciar os expedientes nos sets, com Julian Fellowes apenas tocando os filmes de Downton Abbey, pois a série tinha sido encerrada.
Então veio a pandemia. A parada sanitária acabou forçando a saída de uma atriz importante. Por conflito de agenda, Amanda Peet deixou a atração e no lugar dela entrou Carrie Coon (The Leftovers).
A epopeia ganhou um ponto final e deu lugar a um novo conto. Será que o público vai abraçar uma série nos moldes de Downton Abbey? Importante: uma produção nada tem a ver com a outra, universos distintos.
Dramas de época agradam, Bridgerton na Netflix serve de prova. Resta saber se os telespectadores estão preparados e querem mais um. No mínimo, vale a curiosidade de ver como esse grandioso projeto ficou.
Conheça A Idade Dourada
O ponto de partida do enredo é acompanhar os passos da jovem órfã Marian Brook (Louisa Jacobson), que sem um tostão no bolso deixa a zona rural para ir morar com as tias na cidade grande, em Nova York.
Uma das tias é Agnes van Rhijn (Christine Baranski, de The Good Fight), uma mulher sisuda, conservadora, teimosa e orgulhosamente tradicional, da “velha Nova York”, como ela mesmo rotula. Do outro lado está Ada Brook (Cynthia Nixon, de And Just Like That…), de uma personalidade mais aprazível e caridosa.
Marian define bem quem são as tias: “uma é bondosa, mas nada inteligente… a outra é inteligente, mas nada bondosa.”
A moça se vê inserida em um mundo de ganância, dominado por titãs milionários, no qual o dinheiro dita as regras. Ela terá de decidir se seguirá a cartilha do status quo ou irá criar o próprio caminho.
O elenco de A Idade Dourada conta ainda com, Morgan Spector (The Plot Against America), Nathan Lane (Only Murders in the Building), Audra McDonald (The Good Fight), entre outros.
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