A série Euphoria conclui a segunda temporada no domingo (27), na HBO, com uma certeza: é forte candidata a ganhar o Emmy de melhor drama na edição deste ano do Oscar da TV. A atração amadureceu e entregou uma história irrepreensível envelopada em um visual deslumbrante. Atuações de cair o queixo deram mais corpo à narrativa teen.
No mínimo, Euphoria deve superar as seis indicações recebidas no Emmy de 2020, pela temporada de estreia, no qual concorreu em categorias tipo figurino, maquiagem e composição musical. Zendaya venceu a disputa de melhor atriz de série dramática e, hoje, é o nome a ser derrotado na briga pela estatueta.
Euphoria chega próximo de gabaritar todos os quesitos que fazem uma série ser concorrente plausível de receber o Emmy de melhor drama (Succession está no meio do caminho…). Confira como isso foi construído:
Fotografia
O visual de Euphoria é um detalhe que imediatamente chama a atenção do telespectador e o prende até os minutos finais de cada episódio. Seja na rua ou em gravação interna, a fotografia do drama da HBO é encantadora, flertando com a linguagem do cinema e da mais pura arte, abusando de enquadramentos de câmera e combinações de cores de extremo bom gosto.
O estilo se tornou próprio, daquele que basta olhar uma cena e identificar ser de Euphoria.
Direção
Aqui vale destacar a direção propriamente dita, dos episódios em si, e a de arte, responsável pela concepção artística da obra. Dois oito episódios exibidos até então, três se sobressaem.
O quarto capítulo acompanhou Cal (Eric Dane) em uma jornada insana, ele bêbado ao volante de um jipe circulando em alta velocidade, à noite. E, no final, revelou ser gay para a família. Na história paralela, outras cenas de qualidade saíram das alucinações de Rue (Zendaya), visualizando uma igreja.
No quinto, Euphoria seguiu Rue em fuga pelas ruas de Los Angeles, com tomadas (takes) diversas, como seguir a adolescente correndo no meio do trânsito, uma gravação perfeita. E tem o sétimo episódio, o da peça teatral de Lexi (Maude Apatow) em um palco humilde, mas com estrutura suntuosa, reforçando o aspecto surreal que está na essência de Euphoria.
Figurino/Maquiagem/Penteado
Euphoria deve repetir indicações nas categorias figurino e maquiagem, com chances de arrebatar ao menos uma estatueta nessas disputas. Os looks das adolescentes de Euphoria só ficaram ainda mais ousados, originais e estilosos. Isso combinando com as maquiagens e penteados contemporâneos, principalmente os aplicados em Cassie (Sydney Sweeney) e Maddy (Alexa Demie).
Zendaya
Apresentando uma atuação de tirar o fôlego no quinto episódio, Zendaya se colocou como a favoritaça ao Emmy de melhor atriz dramática. Se alguém quiser ganhar a estatueta, terá de derrotá-la.
A atriz entregou uma verdadeira obra-prima da atuação, com a personagem dela sofrendo abstinência de drogas e experimentando todo tipo de emoção, do choro desesperador de menina indefesa até a raiva descontrolável a ponto de agredir a mãe, disparando xingamentos e quebrando objetos dentro de casa.
Em muitos momentos durante a temporada, Rue assumiu sem problemas o papel de narradora e ficou de coadjuvante contando as histórias das pessoas ao redor. Porém, esse episódio foi todo dedicado a ela. Zendaya brilhou, provocando elogios rasgados do público e da classe artística.
Elenco de apoio
As atuações na segunda temporada de Euphoria foram um dos pontos fortes da série. Muitos nomes do elenco foram excelentes e merecem indicações ao Emmy. Eric Dane, pelo episódio de Cal, será nome certo na disputa caso não ocorra nenhuma surpresa. O ator ex-Grey’s Anatomy vive em Euphoria a melhor fase da carreira.
Sydney Sweeney foi fantástica em todos as cenas, com a personagem dela surtando no meio de um relacionamento complicado com o ex (?) da melhor amiga, Maddy (Alexa Demie), que também evoluiu muito e fez uma temporada exemplar. Maude Apatow foi uma grande surpresa, exercendo posição mais centralizada após a personagem dela, a Lexi, ganhar espaço na narrativa.
As atrizes que interpretam as mães de Euphoria são dignas de menções também no Oscar da TV. Elas souberam, expressando rara sensibilidade, demonstrar o sofrimento e dor de lidar com filhos adolescentes problemáticos.
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