ANÁLISE

Duas vezes mais cara do que GoT, House of the Dragon sai barata para a HBO

Canal premium aprendeu a lição e fez investimento certeiro na série filhote de Game of Thrones

Publicado em 24/04/2022

A velha e eficiente fórmula do bom, bonito e barato é ideal no atual cenário de produções de séries. E a HBO fechou a conta de House of the Dragon pensando nisso. Mesmo mais cara do que a atração mãe, a gigante Game of Thrones (2011-2019), o drama fantasioso filhote saiu barato, custando muito menos do que rivais gastaram com O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (Prime Video) e Stranger Things 4 (Netflix).

Até pela experiência de já ter feito uma série grandiosa como Game of Thrones, a HBO conseguiu economizar em House of the Dragon, programada para estrear em 21 de agosto. Isso porque os produtores iniciaram os trabalhos com a expertise de fazer os sets de forma eficiente, por exemplo, além de aplicar a mesma técnica de investimento certeiros em figurino e outros itens de cena.

Assim, a HBO investiu menos de US$ 20 milhões (R$ 103 milhões) em cada um dos dez episódios da primeira temporada de House of the Dragon, dando aí US$ 200 milhões (R$ 1,03 bilhão) por toda leva de estreia. Em média, cada temporada de Game of Thrones saiu por US$ 100 milhões.

O custo de House of Dragon não atingiu a estratosfera também pelo fato de o elenco, embora com nomes proeminentes, não ter atores e atrizes donos de salários elevados. No caso de GoT, principalmente nas temporadas finais, quase a metade do gasto em um único episódio era para pagar cinco atores considerados protagonistas.

Eleven (Millie Bobby Brown) lidera a turma em Stranger Things 4
Eleven Millie Bobby Brown lidera a turma em Stranger Things 4

Gastança nos rivais

Atualmente, as duas séries âncoras da Netflix são as mais caras de serem feitas para a plataforma: The Crown e Stranger Things. Pegando o exemplo do drama teen sobrenatural, que retorna com episódios inéditos daqui a um mês, as despesas foram bastante elevadas.

Para manter a atração em evidência e colocá-la na disputa do Emmy, almejando ganhar e não apenas competir, a Netflix abriu o cofre. Cada um dos nove episódios da quarta temporada saiu por US$ 30 milhões (R$ 155 milhões), valor alto levando em consideração que o elenco, apesar de ter virado sensação e recebido aumento nos salários, não é tão custoso assim.

Já o Prime Video desafiou qualquer limite de aplicação equilibrada de dinheiro ao concretizar o sonho de fazer uma série para virar sensação no mundo todo, arrebatar o público e abocanhar todos os prêmios possíveis.

O streaming da Amazon ignorou o significado de contenção de gastos. Somente na primeira temporada de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, que estreia em setembro, o investimento foi de US$ 465 milhões, cada episódio saindo por US$ 58 milhões (R$ 300 milhões). Dá para fazer duas temporadas de House of the Dragon com esse montante.

Nas próximas temporadas, a série do Senhor dos Anéis não deve consumir tanto dinheiro assim porque muitas coisas, de figurino a sets, serão reaproveitadas nas levas seguintes. Mesmo assim, trata-se de investimento nunca antes visto na TV mundial; e provavelmente algo que não irá se repetir. ⬩

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