
Série que abriu portas para tantas outras sitcoms, Um Amor de Família (1987-1997; Married with… Children) completa 35 anos nesta terça-feira (5). A comédia tem uma história recheada de polêmicas e curiosidades, como sex tape que fez episódio sofrer censura e as andanças de Meghan Markle, a duquesa de Sussex, nos bastidores.
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Protagonizada por Ed O’Neill, o Jay de Modern Family (2009-2020), Um Amor de Família foi um dos primeiros programas da rede Fox, que tinha entrado no ar seis meses antes da sitcom estrear. O elenco principal contou com Katey Sagal, Christina Applegate e David Faustino.
A atração teve 259 episódios espalhados em 11 temporadas. É uma das séries mais longevas da TV dos Estados Unidos que nunca ganhou um Emmy sequer (sete indicações). Em contrapartida, está na lista das mais rentáveis, devido ao sucesso comercial alcançado internacionalmente. No Brasil, fez parte da programação da Band, HBO, Sony, Canal 21, TCM e TBS.
Ed O’Neill interpretou Al Bundy, vendedor de sapatos fracassado que vivia um tormento dentro de casa, pois a própria família zombava dele. A mulher, Peggy (Katey), era uma perua que se negava ser dona de casa ou trabalhar fora. A filha mais velha, Kelly (Christina) encarnou a típica loira burra estereotipada, promíscua. E o caçula, Bud (Faustino), foi o nerd nada popular.

Confira dez curiosidades de Um Amor de Família, na celebração desses 35 anos:
Aviso do cancelamento
O último episódio de Um Amor de Família foi exibido, nos EUA, em 9 de junho de 1997. Na época, ainda não havia uma decisão definitiva sobre renovação ou cancelamento. A Fox resolveu acabar com a comédia, porém não fez a revelação primeiro ao elenco. O’Neill ficou sabendo do fim da série lendo uma reportagem em um jornal. Duas amigas informaram Christina sobre o término da sitcom.
Pré-cultura do cancelamento
Olha como as coisas funcionavam no começo dos anos 1990. A Fox e Um Amor de Família sobreviviam fora do radar naquele período. Até que uma dona de casa conservadora desencadeou campanha fervorosa contra a série politicamente incorreta, que sempre flertava com a baixaria.
Ela escreveu cartas para os patrocinadores pedindo que eles não mais apoiassem a série, além de bater na porta da Fox ordenando o cancelamento. O tiro saiu pela culatra, pois essa campanha de ódio só fez a comédia ser mais conhecida e o ibope explodiu.
O elenco não perdia a oportunidade de agradecer a organizadora dessa campanha. A cada renovação de temporada, ela recebia flores de presente enviadas pelos atores, atrizes e toda a equipe de produção.
Paródia da dona de casa
Peggy era dona de casa… mas não realizava nenhuma tarefa que uma dona de casa comumente fazia. Ela era a pura sátira dessa mulher tradicional. O vestuário contribuiu muito para essa paródia, look desenvolvido pela própria Katey Sagal. A atriz bolou o visual da personagem inspirada nas donas de casa dos anos 1960.
Escalação de O’Neill
Nos anos 1980, Ed O’Neill era mais conhecido no mundo do entretenimento por ser um ator dramático. Quando ele apareceu para o teste de Al Bundy, os produtores ficaram desconfiados, mas deixaram rolar. Quando o ator encarnou o personagem e abriu a porta da casa da família Bundy, ele ganhou o papel. O’Neill apenas respirou fundo e entrou cabisbaixo no lar, derrotado, sabendo que o inferno lhe aguardava.
Tripla gravidez
Katey Sagal ficou grávida três vezes durante os dez anos em que gravou Um Amor de Família. A primeira (1991) foi usada na série, mas ignorada depois porque Katey sofreu aborto espontâneo. A segunda ocorreu em 1994 e a terceira, um ano depois; nenhuma das duas foi usada na trama. Nessas ocasiões, ela fez a série escondendo a barriga.

Joey, é você?
Uma série de tamanho sucesso teria de fazer spin-offs, certo? Bom, ao menos Um Amor de Família se esforçou. No total, foram três tentativas de emplacar uma série derivada e somente Top of the Heap (1991), com sete episódios, gerou algum burburinho. A série tinha Matt LeBlanc como protagonista, quatro anos antes dele receber o papel do Joey de Friends (1994-2004)
Sex tape
O décimo episódio da terceira temporada (1989) foi censurado nos Estados Unidos. A trama apresentava Al e Peggy em várias aventuras, fazendo sexo em diferentes localidades, tática para botar fogo na relação. Ao chegarem em um motel, eles foram surpreendidos ao serem gravados durante a transa, sem consentimento.
Essa capítulo da sex tape, até hoje, nunca foi ao ar nos EUA na totalidade. Quando foi exibido, pela primeira vez em 2002, alguns diálogos e cenas foram cortados. No mercado internacional, porém, não houve censura.
A polêmica que cercou esse episódio colocou Um Amor de Família na mira e acabou tornando a série conhecida do grande público.
Criança da realeza
Atualmente, a duquesa de Sussex, Meghan Markle, tem relações tensas com o pai, Thomas. Mas antes as coisas eram diferentes. A menina passou grande parte da infância nos bastidores de Um Amor de Família, correndo para lá e para cá. Isso porque Thomas foi por muito tempo diretor de fotografia da série, entre 1988 e 1996. A filha vivia na cola do pai e, quando cresceu trabalhou em Hollywood, mas como atriz.
O som da descarga
Como explicar a tosquice proposital de Um Amor de Família? Ali, foi retratada a rotina irônica de uma família (trabalhadora) americana, exagerando situações, justamente fazendo comédia (embora muita gente levava aquilo bastante a sério).
Para dar o tom da história logo de cara, os roteiristas tiveram uma ideia. A primeira cena do primeiro episódio apresentou o som de uma descarga barulhenta. Uma interpretação nem tão profunda leva ao entendimento do que a sitcom iria tratar dali para frente.
A Guerra dos Pintos
No Brasil, a Band ajudou Um Amor de Família a se popularizar. O sucesso foi tanto que surgiu uma versão nacional (a série gerou inúmeras adaptações em todo o planeta). Por aqui, a atração ganhou o nome de A Guerra dos Pintos, narrando o dia a dia da família Pinto no subúrbio da cidade do Rio de Janeiro. A comédia não vingou e dos 52 episódios gravados, somente 22 foram exibidos.
Veja trecho de A Guerra dos Pintos:
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