NA HBO MAX

Conheça série rotulada como o melhor drama médico dos últimos anos

Entenda por que a atração britânica This Is Going to Hurt recebeu esse rótulo especial

Publicado em 10/06/2022

Um dos melhores dramas médicos dos últimos anos”, afirmaram os sites das prestigiadas revistas The Hollywood Reporter e Time após analisarem a minissérie britânica This Is Going to Hurt. Disponível no Brasil na plataforma HBO Max, lançada sem alarde há três meses, a atração chamou a atenção da mídia americana após estrear nos Estados Unidos na semana passada. Além da qualidade da produção, o que gerou avaliações tão positivas foi a história ali contada.

Não foram apenas a The Hollywood Reporter e Time que exaltaram This Is Going to Hurt, estrelada por Ben Whishaw (duas vezes vencedor do Emmy). No site Metacritic, que compila reviews feitas por publicações de língua inglesa, a minissérie da rede BBC ganhou a excelente nota 91 (de 100), a colocando entre as cinco melhores atrações do ano.

Para entender a razão de tantos elogios é preciso compreender o contexto da trama, em choque com a realidade da medicina nos Estados Unidos, exposta nas inúmeras séries médicas que vemos por aí, ambientadas em hospitais particulares e/ou bancados pela filantropia.

This Is Going to Hurt, baseada em livro homônimo que narra uma história real, apresenta a rotina caótica de uma ala de maternidade (obstetrícia e ginecológica) de um hospital público em Londres. É um retrato de como funciona o sistema de saúde inglês, o NHS (National Health Service), similar ao SUS (Sistema Único de Saúde) no Brasil; a HBO Max troca, acertadamente, NHS por SUS na tradução em português, melhor situando o espectador.

Assim como ocorre com os brasileiros, os britânicos têm direito a tratamento médico gratuito. This Is Going to Hurt mostra como funciona esse modelo pelo ponto de vista de futuras mães e equipe hospitalar que precisa cuidar dessas pacientes. Isso em um ambiente conturbado próximo da realidade: hospital sofre escassez de recursos e tem pouca gente trabalhando.

O médico Adam Kay (Ben Whishaw) atende uma grávida em This Is Going to Hurt
O médico Adam Kay Ben Whishaw atende uma grávida em This Is Going to Hurt

Visão americana versus brasileira

É muito interessante notar a reação dos americanos com This Is Going to Hurt. Muitos ficaram boquiabertos ao se deparar com um universo hospitalar bem diferente. Nos EUA, vale registrar, não há gratuidade na saúde. Se você cair de bicicleta pedalando na rua, por exemplo, e for ligar para uma ambulância te levar a um hospital, você precisa pagar a ambulância… Isso sem falar no atendimento em si.

Claro que a TV é um mundo ficcional, mas muitas produções hollywoodianas procuram mostrar um pouco da realidade americana. Séries médicas como Grey’s Anatomy focam em uma saúde longe até mesmo da rotina do americano médio. Vez ou outra são abordadas questões sociais. Certa vez se deu em Grey’s um pequeno espaço a isso, mostrando um hospital sem recursos, anos-luz do Grey Sloan Memorial.

Uma série chamada Code Black (2016-2018), protagonizada por Marcia Gay Harden, ganhou destaque por se passar em um pronto-socorro em Los Angeles que vivia sobrecarregado, sempre flertando com o código preto (code black), decretado quando a unidade hospitalar estava no limite da operação, sem os recursos médicos mais básicos (de gaze a instrumentos).

New Amsterdam também navega nessas águas por estar centrado em um dos hospitais públicos mais antigos dos EUA, localizado em Nova York. A trama da série se dedica a discutir temas como administração financeira, relocação de recursos e administração de pessoal. A OMS (Organização Mundial da Saúde) parabenizou a trama de New Amsterdam.

Para o brasileiro, This Is Going to Hurt não causa estranhamento. Acompanhar o drama médico traz à memória a visão que muitos já tiveram de um hospital público. E pegando exemplos televisivos, a essencial Sob Pressão está aí para deixar registrado como é a rotina operacional do SUS.

Quase uma dramédia, pois há muitas pitadas do bom e divertido humor inglês, This Is Going to Hurt é imperdível, de fato. Tem-se uma atração didaticamente social e de entretenimento sobre o lado do sistema de saúde pública que merece tal espaço no mundo das séries. A parte cômica cabe como uma luva para aliviar a tensão de um drama tão dolorido. E tanto a The Hollywood Reporter quanto a Time estão com a razão. ⬩

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