Em Two and a Half Men (2003-2015) do começo ao fim, o ator Jon Cryer viveu de tudo na comédia consagrada, desfrutando os bons tempos e encarando as adversidades. Entrevistado pelo programa Entertainment Tonight, ele associou os altos e baixos ao comportamento de Charlie Sheen que, após largar a sobriedade e viver chapado diariamente, fez a série sair dos trilhos.
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Antes de tudo, Jon Cryer não perdeu a oportunidade de falar sobre como a comédia era gostosa de ser feita lá no início. “Nos primeiros anos, a vida junto de Charile Sheen era maravilhosa”, recordou. “Nós nos dávamos bem. Ele estava sóbrio havia dois anos. E era muito importante para ele manter-se sóbrio.”
Tudo fluía sem qualquer entrave. Cryer admirava o talento do colega. “Charlie Sheen era ótimo atuando em frente de uma plateia”, elogiou. Vale ressaltar que Sheen era um astro do cinema; e fazer TV é bem diferente. “Ele parecia um robô, como se aquilo [atuação em sitcom] estivesse geneticamente programado dentro do corpo.”
Mudança de humor
Charlie Sheen passou a ter problemas na vida pessoal, o que acabou se refletindo no trabalho. Ele andava de mãos dadas com drogas e bebidas alcoólicas. O clima em Two and a Half Men nunca mais foi o mesmo.
“Nos últimos anos [de Sheen na série], passamos a perceber algumas mudanças no comportamento dele”, disse Jon Cryer. “O casamento dele acabou, mas isso não o fazia chegar atrasado ou esquecer as falas. Contudo, dava para notar que algo estranho estava acontecendo.”
Cryer deu exemplos: “Ele questionava tramas e a criticava alguns diálogos que eu não entendia qual era o grande problema. No passado ele não fazia esse tipo de reclamação. Depois de um tempo, a coisa realmente saiu dos trilhos.”
No ano passado, em entrevista ao portal Yahoo!, Charlie Sheen comentou sobre essa mudança de atitude que o levou a travar uma discussão ferrenha com Chuck Lorre, cocriador de Two and a Half Men; o resultado foi a demissão do protagonista, em 2011.
“Entre 55 formas de lidar com aquela situação, eu escolhi a 56ª”, falou Sheen, admitindo ter tido um comportamento infantil nos bastidores. Ele chegou a tal ponto da vida “por causa das drogas ou efeitos delas”, justificou. “Havia um oceano de stress e um vulcão de desprezo [de minha parte].”
Jon Cryer e Chuck Lorre ficaram tão preocupados com a conduta de Charlie Sheen que chegaram a determinar o fim da comédia. “Não vale a pena continuar com a série se isso fizer com que Charlie Sheen se mate”, comentou Cryer, relembrando diálogo que teve com Lorre. “Não queremos contribuir com isso, dando dinheiro suficiente a ele para o fazer o que quiser e acabar com a própria vida.”
Charlie Sheen era o maior salário da TV, recebendo US$ 1,8 milhão por episódio, nos anos de 2010 e 2011. No final das contas, ele deixou a comédia, uma notícia que abalou Hollywood. Porém Two and a Half Men não terminou imediatamente. Foram feitas mais quatro temporadas com Ashton Kutcher dividindo o protagonismo ao lado de Jon Cryer.
Todas as 12 temporadas de Two and a Half Men estão disponíveis na HBO Max. ⬩