A Netflix fez uma boa tradução, nas legendas e dublagem, da série Bridgerton, ambientada no Reino Unido do começo do século 19 e toda falada em um inglês arcaico. O telespectador ao mesmo tempo tenta entender o que de fato significa ser um visconde enquanto ouve/lê frases tipo “quadris adequados para procriação.”
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O Observatório da TV preparou um guia rápido e prático com 13 termos para melhor entender a série Bridgerton, de lugares citados a organizações, lembrando de pessoa importante que passa batida em um diálogo qualquer. Confira:
Bloomsbury: naquele período, era um bairro de má reputação onde a Lady Whistledown, alter ego de Penelope Featherington (Nicola Coughlan), tinha de ir para encomendar as cópias do seu jornalzinho de fofocas.
Atualmente, o bairro tem outra cara, lar de points intelectuais e sofisticados, perto do centro de Londres; lá está localizado o Museu Britânico.
Bombay: nada mais é do que Mumbai, a cidade mais populosa da Índia e terra natal da família Sharma. Por muito tempo passou sob domínio colonial de países europeus, como Portugal. O Império Britânico dominou a região de 1612 até 1947, quando o país asiático se tornou independente.
Duquesa: é o título dado a uma mulher que é tão importante quanto princesa. Na hierarquia da monarquia britânica, está abaixo apenas da própria rainha.
Mayfair: nome do bairro elitista e exclusivo de Londres durante a era da regência britânica, lar dos Bridgertons, Featheringtons e tantos outros clãs.
Mary Wollstonecraft: no primeiro episódio da segunda temporada, com muito entusiasmo, Eloise (Claudia Jessie) recita esta frase: “Espero que meu sexo me perdoe se o trato como criaturas racionais em vez de elogiar seus encantos fascinantes”.
A dona da frase é Mary Wollstonecraft (1759-1797), filósofa, escritora e defensora dos direitos da mulher, isso lá no final dos anos 1700. Ela é considerada a mãe do pensamento feminista.
Milorde: os personagens de Bridgerton falam “milorde” por todos os lados. O substantivo serve para corretamente se direcionar a alguém que é lorde ou irá se tornar um. É uma forma colocada em prática pelos ingleses de tratar quem faz parte da nobreza.
Pall mall: tacos, bolas e alguns pequenos arcos. Esses são os itens necessários para praticar o pall mall, esporte criado na França, preferido dos Bridgertons. A meta é passar a bola por cada arco; quem passar a bola primeiro pelo último arco vence. O jogo é pai do croquete, que já esteve presente em uma edição das Olímpiadas, em 1900 (sediada em Paris).
“Quadris adequados para procriação”: Na busca por uma mulher ideal, Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey) citou que a possível felizarda teria de possuir “quadris adequados para procriação”. Na época, acreditava-se que uma mulher com quadris largos teria mais chances de ter uma criança saudável.
Veja como o body shaming, ação de ridicularizar alguém por causa do formato do corpo, já existia. Tal crença tinha fundamento no fato de, naquele período da história, dar à luz era a causa líder de mortes entre as mulheres.
Royal Academy Schools: Fundada por 36 artistas, ela é a escola de arte mais antiga da Inglaterra, ativa desde 1768. Todo o financiamento vem de doadores ricos, sendo assim totalmente dependente de ações de caridade.
O que a rainha cheira?: a rainha Charlotte (Golda Rosheuvel) não está sendo nada escandalosa ou transgressora da lei ao dar uma cheiradinha em um pó. Aquilo simplesmente é uma forma de usar tabaco.
The Crown: não, não é a série da Netflix vencedora do Emmy. The Crown, ou A Coroa, é a maneira pela qual as pessoas falavam da monarquia britânica.
Visconde: na hierarquia da sociedade britânica, ser visconde é estar na quarta linha mais importante, acima do barão e abaixo do conde, do marquês e do duque. O título é herdado, passado ao filho assim que um visconde morre.
White’s: esse clube social mencionado na série existe até hoje. Fundado em 1693, o lugar situado em Londres tem apenas homens como integrantes e é considerado um dos clubes mais exclusivos de toda a Inglaterra. ⬩
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