Profissão Repórter mostra rotinas monitoradas por tornozeleiras eletrônicas

Publicado em 20/09/2017

Por permitir a circulação do detento fora do sistema prisional, a opção pelo uso da tornozeleira eletrônica causa polêmica. Qual a sua eficácia? Como funciona a tecnologia? Quem tem direito a utilizar o dispositivo? Para entender essas e outras questões, o ‘Profissão Repórter’ desta quarta-feira, dia 20, encontra pessoas que utilizam o equipamento e mostra detalhes de como é feito o monitoramento, considerado uma alternativa para reduzir a lotação nas penitenciárias.

O repórter Estevan Muniz vai até Natal, no Rio Grande do Norte, para acompanhar a rotina de um deputado condenado por improbidade administrativa, que utiliza a tornozeleira eletrônica. “Fomos até lá sem avisar e, quando chegamos, ele não queria falar. Ficamos dois dias insistindo muito, até que aceitaram. Nós tentamos descobrir se aquilo, de alguma maneira, interfere na vida política dele”, diz Estevan, que acompanhou o deputado por três dias.

O ‘Profissão Repórter’ mostra também as ocasiões em que o uso da tornozeleira eletrônica está ligado a infrações que envolvem furto, roubo e até homicídio. “As pessoas associam o uso da tornozeleira a gente com alto poder aquisitivo, e não é sempre assim”, explica o repórter Erik Von Poser. A reportagem acompanha duas pessoas do Paraná que, depois de anos no regime fechado, saem do presídio pela primeira vez com o aparelho preso à perna. Erik também visita uma central de monitoramento, onde observa a localização de um fugitivo em tempo real, e participa de uma operação policial que levou de volta para a cadeia 18 pessoas que não respeitaram as regras do uso da tornozeleira. “As pessoas não têm noção da efetividade da tornozeleira. Percebi que não é um privilégio para poucos”, analisa.

A repórter Mayara Teixeira mostra as condições de mães que utilizam a tornozeleira eletrônica. De acordo com uma lei instituída no ano passado, grávidas e mães com filhos de até 12 anos podem recorrer à prisão domiciliar. É o caso de Jacicleide. “Ela foi presa por tráfico de drogas, e o juiz determinou a prisão domiciliar para que ela cuidasse dos quatro filhos. Então, ela fica no perímetro de casa: pode andar apenas 50 metros. Tem que se despedir dos filhos ali mesmo, porque não pode levá-los para a escola”, explica Mayara. Os dados, entretanto, apontam que as tornozeleiras sobram, mesmo com o grande número de pedido de detentas que são mães.

O ‘Profissão Repórter’ vai ao ar às quartas-feiras, depois do futebol.

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