Wagner Moura se emociona ao falar da morte de Caio Junqueira: “A gente era muito amigo”

Publicado em 26/01/2019

Em entrevista a Simone Zuccolotto, para o Cinejornal, do Canal Brasil, Wagner Moura falou sobre sua estreia como diretor de cinema e de temas que estão em alta no país.

O ator é o responsável pela direção de Marighella, filme que será exibido em breve no Festival de Berlim, e tem Seu Jorge no papel principal.

Sobre a nova experiência, Moura destacou que sempre teve curiosidade em saber mais a respeito dos períodos de resistência no Brasil.

“Eu comecei a pensar sobre Carlos Marighella logo depois que o Mário Magalhães lançou a biografia dele. Eu sempre tive uma curiosidade muito grande sobre a história da resistência no Brasil, não só durante a ditadura militar. Uma história que eu acho fascinante é a dos malês, na Bahia, por exemplo”.

Além disso, ele lembrou do processo de pesquisa e produção do longa.

“Marighella é uma figura emblemática da resistência no Brasil. Ele é baiano, e eu sou muito amigo de Maria Marighella, que é neta dele. Então, Maria, durante um verão em Salvador, falou: ‘A gente tem que fazer um filme com essa coisa’. Minha ideia inicial era produzir um filme sobre ele. Depois, eu, que já tinha interesse em experimentar a direção, pensei: ‘Por que não?’. E foi uma estreia difícil, mas extremamente prazerosa”, revelou.

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Ameaças no set

Ligado ao tema, o ator não deixou de comentar a recente decisão do até então deputado Jean Wyllys em renunciar ao cargo.

De acordo com o político eleito pelo Rio de Janeiro, ele vem sofrendo ameaças constantes e pretende deixar o país.

Segundo Moura, ele também passou por tal situação durante as gravações de Marighella.

“Eu conheço o Jean da época de faculdade em Salvador, ele é uma pessoa que eu amo muito. Eu lamento a decisão do Jean, mas apoio totalmente, eu estou totalmente solidário ao Jean. Lamento por perder neste momento a força incrível que ele tem ali dentro daquele Congresso. E nós recebemos ameaças de gente dizendo que ia invadir o set do filme, que ia quebrar tudo. Na minha frente, ninguém nunca fez nada e eu não sei como reagiria se o fizesse”, assumiu Moura.

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Morte de Caio Junqueira

Por fim, o veterano se emocionou ao falar sobre a morte de Caio Junqueira, que faleceu essa semana após um grave acidente de carro.

Além de atuarem juntos no aclamado filme Tropa de Elite, eles ainda trabalharam em uma peça de teatro.

“Eu e Caio fizemos ‘Tropa de Elite’ juntos e, quando terminou, o levei para fazer ‘Hamlet’ comigo. Caio era o Horácio. E é assim que eu vou me lembrar dele para sempre. Horácio era o amigo fiel de Hamlet, e ele sobrevive naquele castelo em que todo mundo morre. Horácio vive. A gente era muito amigo”, lembrou.

As informações são do jornal O Globo.

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