TRAGÉDIA

Vinte anos depois, Marcos Uchôa relembra cobertura do 11 de setembro: “Horrível”

O atentado aconteceu um dia após o repórter voltar a Londres

Publicado em 11/09/2021

Durante o ataque contra as torres gêmeas, em Nova York, Marcos Uchôa acompanhou os desdobramentos do ocorrido de outro continente. A tragédia ocorreu um dia após o repórter voltar a Londres, onde atuava como correspondente internacional da TV Globo.

Em entrevista ao UOL, o profissional relembrou como foi participar da cobertura. “Os repórteres em Nova Iorque faziam as matérias locais e a reação do governo americano. Coube a nós em Londres olhar para o mundo como um todo”, iniciou.

E completou: “Foi curioso que um dos primeiros países onde se viu imagens de pessoas com velas nas ruas, em solidariedade às vítimas, foi o Irã, que já era inimigo dos Estados Unidos. E à medida que se falava em Al Qaeda, Osama Bin Laden, Talibã e Afeganistão, eu passei a fazer reportagens sobre o que acontecia lá e no vizinho Paquistão. Estar em Londres ajudou muito, porque como herança do Império Britânico, era fácil encontrar afegãos e paquistaneses, especialistas em tudo o que se passava por lá”, contou.

Assistir as imagens dos aviões se chocando com as torres causaram a impressão de que se tratava de uma guerra. “Desde a segunda guerra mundial, com a história dos pilotos japoneses chamados de kamikazes, que jogavam seus aviões em navios americanos, algo assim não acontecia. E aquilo era uma guerra com alvos militares! Claro que ver os atentados de 11 de setembro ao vivo também passou essa impressão, que parecia uma guerra. A queda das torres foi ainda mais horrível”, ponderou.

Marcos não imaginava ainda que os ataques daquele dia gerariam guerras pelo mundo “Que atentados como aqueles entrariam para a história era algo óbvio de se imaginar, afinal se algum terrorista quisesse fazer algo equivalente, que opções ele teria? Em Londres ou Paris, cidades que também são famosas no mundo, não existe nada parecido. Creio que os terroristas não podiam imaginar derrubar as duas torres, algo que fez com que tudo tivesse um ar de apocalipse. Que o impacto seria sentido no mundo era algo inevitável. Mas que produziriam guerras tão longas e tão desastrosas, como a do Afeganistão e a do Iraque, isso não se podia prever naquele dia”, encerrou.

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