Frase infeliz

Vídeo em que Ana Paula Valadão relaciona gays à Aids causa polêmica: “Consequência natural”

Aliança Nacional LGBTI+ ameaçou processar a líder do conjunto Diante do Trono

Publicado em 12/09/2020

A pastora e cantora gospel Ana Paula Valadão tornou-se foco de uma polêmica na noite deste sábado (12). Ela viu seu nome chegar aos Trending Topics do Twitter graças a um vídeo em que discursa relacionando a Aids à homossexualidade durante um programa da Rede Super, canal religioso da família Valadão.

As palavras polêmicas de Ana Paula se deram durante um bate-papo com o cantor evangélico Asaph Borba. “Estão achando que isso [relacionamento homossexual] é normal, e isso não é normal. Deus criou o homem e a mulher, e é assim que nós cremos“, declarou a vocalista do Diante do Trono.

Esse é o padrão de Deus“, concordou Asaph. “Qualquer outra opção sexual é escolha do livre arbítrio do ser humano. E a Bíblia chama de pecado qualquer escolha contrária ao que Deus determinou como ideal, como Deus nos criou para ser“, acrescentou Ana Paula.

Inclusive, tudo o que é distorcido traz consequência naturalmente. Nem é Deus trazendo uma praga ou juízo. Taí a Aids pra mostrar que a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte, contamina as mulheres, enfim… Não é o ideal de Deus“, concluiu.

Nas redes sociais, o discurso de Ana Paula foi duramente criticado. “Ana Paula Valadão atribui aos gays a disseminação da AIDS e diz que casais heterossexuais são ‘imunes’, contrariando a ciência e o senso comum. Fé religiosa não é salvo conduto para ser homofóbica, sorofóbica e cometer crimes contra a saúde pública. Precisa ser responsabilizada!“, considerou um usuário do Twitter.

A Aliança Nacional LGBTI+, inclusive, manifestou-se a respeito da repercussão do vídeo e declarou que pretende entrar com um processo contra Ana Paula Valadão pelo crime de LBGTfobia.

O discurso de Ana Paula beira ao absurdo, extrapolando a liberdade religiosa e de expressão, tornando-se um discurso odioso, fanático e amplamente desproposital, com consequências potencialmente desastrosas, principalmente para quem a segue“, criticou a entidade, em nota oficial.

Nos encontraremos nas barras da lei – a lei dos homens e das mulheres. Não se deve acreditar em um Deus como este pregado pela apresentadora, que espalha preconceitos, estigmas e ódio! Se a sua exegese e hermenêutica são essas, as nossas são os artigos 3º e 5º de Constituição Federal cidadã de 1988“, afirma outro trecho do comunicado.

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