TV Brasil reexibe o documentário As Cores da Cidade, no Caminhos da Reportagem

Publicado em 11/07/2018

Caminhos da Reportagem: No movimento que ficaria conhecido como “Maio de 1968”, estudantes de Paris picham os muros da universidade Sorbonne com palavras de protesto contra o então presidente, Charles de Gaulle. As manifestações repercutem pelo mundo. E no começo dos anos 1970, a paisagem urbana de Nova Iorque já traz algumas das primeiras expressões em grafite. Na mesma época, a cultura hip hop chega a São Paulo. Na cidade, o grafite ganha força como instrumento de inclusão social e como arte urbana.

“Maio de 1968 foi realmente um marco divisório no mundo. E repercutiu tanto em São Paulo quanto em Nova Iorque”, observa o artista plástico Celso Gitahy. “Os bairros mais pobres de Nova Iorque, os bairros dos negros, dos imigrantes, são onde surgiram esses primeiros grafites, essas primeiras imagens.”

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A equipe de reportagem consultou diversos especialistas sobre as raízes do grafite. E verificou que, desde o começo dos tempos, homens e mulheres usam as paredes para manifestar suas indignações, angústias e aspirações. E questiona o porquê de o grafite ter se tornado uma forma de protesto das minorias.  

A história do grafite

Ela (grafite) não é uma coisa da elite, não é uma invenção da elite. É uma invenção daqueles que não tinham espaços institucionais para se exibirem.” responde o diretor do Museu Nacional Conjunto Cultural da República, Wagner Barja.

O programa mostra ainda que o grafite deixou de ser território essencialmente masculino. Hoje, as mulheres usam o grafite para se expressarem. De forma lúdica, falam sobre temas como violência doméstica e igualdade de gênero. “Ocupar o espaço público é o mais importante de ser mulher e estar no cenário da arte urbana.”, defende a grafiteira J-Lo Borges, da Rede Nami, organização não governamental que busca promover os direitos das mulheres por meio da arte urbana.

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Em São Paulo, o artista Alexandre Orion usa a sujeira da poluição para desenhar caveiras nos túneis da cidade. Já o artista Tec usadrones para registrar suas intervenções no asfalto. Este Caminhos da Reportagem confere o efeito desses grafites na paisagem urbana.

Mais sobre o documentário no Caminhos da Reportagem

A reportagem “As cores da cidade” obteve a terceira colocação na categoria Videojornalismo do Prêmio Geneton Moraes Neto. O prêmio é homenagem ao jornalista pernambucano Geneton Moraes Neto, falecido em 2016. Ele valoriza o trabalho profissional de repórteres e técnicos que atuam em televisão. Premiando seis trabalhos nacionais com o tema “Memória e Cidade.” A banca julgadora pré-selecionou 66 trabalhos, que concorreram nas categorias videojornalismo e texto jornalístico.

Produzido pelo Núcleo de Programas Jornalísticos da TV Brasil, o Caminhos da Reportagem é exibido todas as quintas-feiras. O programa é reprisado aos domingos, às 20h. O programa trata de assuntos atuais e leva o telespectador a uma viagem pelo país e pelo mundo em busca de grandes histórias.

Serviço:

Caminhos da Reportagem: “As Cores da Cidade”
Quinta-feira, 12 de julho, às 21h45, na TV Brasil.

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