Silvio de Abreu encerra a série Donos da História e revela que pensa em refazer Éramos Seis

Publicado em 29/07/2017

Nem todos sabem, mas Silvio de Abreu começou na televisão como ator. A estreia foi na novela “O Grande Segredo” (1967), exibida pela TV Excelsior. Na Globo, seu primeiro trabalho como ator foi em 1970, na trama “A Próxima Atração”, escrita por Walther Negrão. Antes, atuou em peças teatrais e filmes, foi de assistente de direção até o posto de diretor de longas metragens, até começar a escrever roteiros.

No último episódio da série, que vai ao ar dia 30, às 18h30, Silvio relembra sua trajetória, o início de sua carreira e conta como se sente escrevendo novelas.

Em 1977, ao ser convidado pela TV Tupi, iniciou a carreira como dramaturgo com “Éramos Seis”. “Ivani Ribeiro queria o ator Carlos Augusto Strazzer, que estava fazendo a novela. Ela queria que ele fosse para “O Profeta”. Nós não queríamos tirá-lo da novela, mas veio uma ordem. Tenho vontade de refazer na Globo. Acho que é uma história sempre atual”, recorda.

No ano seguinte, de volta à Globo, lançou “Pecado Rasgado”. Desde então, o paulistano, que é o atual responsável pelo Departamento de Dramaturgia da emissora, acumula uma lista vasta de sucessos na carreira, que engloba mais de 20 novelas (como autor principal, colaborador ou supervisor) e uma minissérie.

Em 1980, substituiu Cassiano Gabus Mendes no comando de “Plumas e Paetês”. No ano seguinte, veio “Jogo da Vida”, comédia baseada em um argumento de Janete Clair. O humor virou um estilo com folhetins que o projetaram nacionalmente: “Guerra dos Sexos” (1983), “Vereda Tropical” (1984) – escrita por Carlos Lombardi, com argumento e supervisão de texto de Silvio -, “Cambalacho” (1986), “Sassaricando” (1987), “Deus Nos Acuda” (1992) – com colaboração de Alcides Nogueira e Maria Adelaide Amaral – e “As Filhas da Mãe” (2001) – em parceria com Alcides Nogueira e Bosco Brasil.

“Rainha da Sucata” marcou sua estreia no horário nobre, em 1990. O suspense também se tornou peculiaridade de Silvio com “A Próxima Vítima” (1995) e “Torre de Babel” (1998), tramas de gênero policial, que conquistaram o público por seus enigmas. “Como fã de cinema, tenho como gêneros preferidos: comédia, melodrama e thriller. Quando fui fazer “Rainha da Sucata”, era um melodrama misturado com comédia. Depois veio “A Próxima Vítima”, e você tem que ser interessante todo dia, queria que o drama também fosse assim. Acho que o thriller policial garante aquela incógnita, e você tem que assistir todo dia”, diz.

Silvio conta, ainda, um pouco de sua rotina para escrever uma novela. “Começo a escrever lá pelas sete da manhã. Escrevo até mais ou menos 12h, almoço com minha família. Volto a escrever 14h e termino na hora que a novela vai para o ar. Isso durante os 200 capítulos. Antes disso, tenho o processo de criação da sinopse que é mais lúdico. Você é mais dono do tempo, faço quando a ideia vem, deixo as coisas se sedimentarem. Vou inventando de pouquinho até ter uma história, na qual acredite de verdade e na qual saiba como vou desenvolver. Mas, para mim, a novela começa realmente a existir quando sei quem serão os atores que estão fazendo”, explica.

Apesar do árduo trabalho, Silvio garante que sem a base familiar nada seria possível. “Somos uma família muito unida. Esse alicerce familiar, que foi plantado pelos meus pais e, depois, que replantei com Maria Célia (esposa) e Juliana (filha), é que me dá a força para continuar trabalhando e vivendo. Porque tem que ter uma coisa maior do que simplesmente fazer sucesso ou ganhar dinheiro, entendeu? A realização pessoal é muito maior do que tudo isso”.

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