A RedeTV!, aparentemente, passa por um momento complicado em suas finanças, o que a obriga, supostamente, a prolongar a redução salarial de seus colaboradores, contratados em regime PJ. Estima-se que a queda no pagamento seja de até 35%, segundo o colunista Ricardo Feltrin, do UOL.
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No entanto, ao mesmo tempo em que a emissora de Osasco segura os salários, gasta, de acordo com a publicação, em um único dia cerca de R$ 10 mil com vinhos e espumantes europeus. Isso poderia ser visto como um luxo, em meio a uma pandemia, justificativa para pagar menos ao trabalhador.
A coluna revelou que recebeu uma nota fiscal de um cartão bancário da emissora que mostra que a compra foi feita em 1 de outubro. São 16 garrafas de espumante Henri Bourgeois Petit Brut, mais 18 garrafas Henri Sauvignon Branc e vinhos italianos Mazzei Codice V. Vermentino e Fanti Rosso.
As informações são de que o total da fatura é de R$ 10.854,40, mas houve um desconto de R$ 1.621,95. Além disso, haveria imagens de outras notas fiscais com mais gastos circulando pela emissora. A coluna diz também que funcionários temem retaliação, casos se identifiquem nesse processo de cortes.
Emissora se explica
A RedeTV! reagiu duramente à notícia e enviou uma nota ao UOL. Confira na íntegra.
“Caro Feltrin. Sua pergunta sobre 9.500 reais de vinhos é tão pequena que não mereceria resposta. Porém, dado o compromisso de publicá-la na íntegra, vamos lá. A RedeTV! mantém em sua central de produção dois restaurantes, uma lanchonete, além de food-trucks.
No restaurante, que serve ao departamento comercial, são recebidos agências, clientes, entidades de mercado. De tempos em tempos compra-se vinho. Mas, também, pão, arroz, feijão, macarrão, queijo, ovo, manjericão (o ridículo da pergunta enseja a tentação de discorrer sobre quantas centenas de itens são adquiridos).
Você, que já almoçou aqui, nesse restaurante a que se refere, deveria saber que networking entre empresas e seus clientes gera bons frutos e alavanca as receitas. Uma outra emissora, por exemplo, deve com certeza gastar bem mais que 9.500 reais de vinhos, visto que no passado praticamente “comprou” para sua sede todo o restaurante do chef Massimo, por décadas um dos mais luxuosos de São Paulo.
E em tempos desafiadores, as empresas buscam aumentar suas receitas (fazendo negócios) e diminuir seus custos. Por exemplo, já que você é tão diligente em auditoria, quantas vezes esse pedido de vinhos equivaleria ao salário de Tarcísio e Glória, cortados recentemente?”