No setor de TV Paga, que avança em ritmo acelerado, as operadoras de TV por assinatura precisam equilibrar uma série de prioridades diversificadas (e muitas vezes conflitantes): trabalhar com fornecedores preferenciais e, ao mesmo tempo, evitar o vínculo exclusivo com uma só tecnologia e continuar ágil para lançar novos serviços no mercado. Era uma tarefa quase impossível, até agora.
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Neste setor, as relações das operadoras com seus parceiros de segurança em geral se baseiam em acordos de longo prazo, com opções de tecnologia integrada e redução do poder de negociação da operadora no decorrer do tempo, uma situação que pode ser difícil e onerosa se uma mudança for necessária.
Ao mesmo tempo, nunca houve uma necessidade tão aguda de oferecer serviços de alta qualidade com conteúdo de alto valor e recursos inovadores para os assinantes, no ritmo da demanda do mercado.
Com a evolução dos hábitos dos consumidores e o aumento de seu apetite por novos recursos, pressionando o tempo necessário para entrar no mercado, as operadoras podem sentir-se frustradas com a lentidão das parcerias e a exclusividade de tecnologia. A abertura de sua plataforma de segurança para ofertas concorrentes não apenas terá um efeito positivo nos custos, como também irá expor o ecossistema aos avanços de tecnologia mais recentes. Há um reconhecimento cada vez mais amplo, entre várias operadoras de TV por assinatura no mundo inteiro, da necessidade de ter o controle direto de sua própria plataforma.
Mas quais são exatamente as alternativas à situação atual? Seria viável para a maioria das operadoras assumir a coordenação direta de múltiplos parceiros de segurança? A realidade é que as operadoras não têm necessariamente as capacidades, os recursos ou até mesmo o desejo de elas próprias administrarem um ecossistema complexo.
Segurança para os decodificadores das operadoras, os gateways de mídia e as caixas conectadas ao IP
Hoje em dia, operadoras no mundo inteiro estão com uma relutância cada vez maior de se prenderem a um único fornecedor e estão procurando trabalhar com múltiplos fornecedores de SoC, OEMs e middleware para definir novas gerações de dispositivos gerenciados, alavancando arquiteturas de aparelhos modulares que possam tirar proveito dos avanços tecnológicos mais recentes e da inovação em todos os seus níveis.
Ao licenciar o Reference Design Kit (RDK) de uma operadora, os fornecedores passaram a competir em seus respectivos domínios para abrir espaço para um novo tipo de modularidade, acelerando a chegada de novos avanços tecnológicos no mercado. Para tirar proveito dessas vantagens, a operadora precisa ter a capacidade de trabalhar diretamente com cada um dos fornecedores de SoC e OEMs para implementar o root-of-trust controlado pela operadora.
Esse root-of-trust controlado pela operadora é viabilizado pelas funções do Keys & Credentials da Irdeto em um nível paralelo ao dos processos de root-of-trust utilizados pelos sistemas de CA de terceiros e suporta o ambiente específico da operadora para implementar todas as aplicações relacionadas à segurança.
Mantendo o controle
Administrar tecnologias de múltiplos fornecedores e, ao mesmo tempo, manter o controle total das operadoras sobre suas opções de segurança e negócios é um desafio considerável. A melhor estratégia é definir uma arquitetura de plataforma que seja totalmente neutra em termos de fornecedores e agnóstica em termos de tecnologias, viabilizando diferentes opções na escolha de CA, DRM ou outros produtos de segurança. Um serviço totalmente gerenciado e integrado com todos os fornecedores escolhidos pela operadora permite que esta terceirize o processamento diário de ativos de segurança, como chaves e certificados, para que possam concentrar-se nos seus negócios principais.
A Charter Communications é um excelente exemplo de como isso pode ser feito. A Charter é uma das empresas líderes em comunicações banda larga e a quarta maior operadora de TV por cabo nos Estados Unidos, prestando serviços para 6 milhões de clientes, com 4 milhões de assinaturas de vídeo em 29 estados.
A Charter analisou os desafios e seus objetivos e decidiu assumir o controle total de seu ecossistema de segurança, o que lhes permitiu não apenas controlar diretamente o design e a arquitetura de seu novo decodificador World Box, mas também conquistar a liberdade de mudar o fornecedor de segurança desses aparelhos de acordo com suas prioridades, mesmo depois da instalação em campo.
A Charter implementou esse novo tipo de serviço gerenciado com a Irdeto operando todos os processos de segurança e fluxos de trabalho para a produção de chipsets e integração de codificadores em seu nome, na qualidade de “Autoridade de Confiança” independente.
Como várias outras operadoras, a Charter tradicionalmente comprava aparelhos CPE projetados e desenvolvidos por seus parceiros de SoC, CA e decodificador. Ao assumir o controle do design e da arquitetura de sua nova geração de decodificadores “World Box”, a Charter obteve as seguintes vantagens:
- O World Box agora tem uma especificação universal para qualquer fabricante, viabilizando a concorrência de preços e dando flexibilidade ao design
- Todos os processos de segurança e principais fluxos de trabalho de provisionamento entre fornecedores agora são administrados de forma transparente por uma “Autoridade de Confiança” independente, que atua em nome da Charter. Isso inclui a gestão de fornecedores de CA e a implementação de uma segurança separável no World Box sem a necessidade de um CableCARD
- Além das vantagens de preço que se ganharam em relação aos decodificadores e da capacidade de oferecer segurança separável, a Charter pôde projetar e instalar um World Box flexível e pronto para a oferta de novos serviços no futuro.
Uma abordagem neutra em termos de fornecedores
Até agora, as operadoras tradicionalmente ficavam presas a um SoC determinado pelo sistema de CA escolhido, com frequência tornando-se dependentes de uma solução integrada de um único fornecedor.
Uma solução de segurança totalmente gerenciada pode dar às maiores operadoras a capacidade de assumir o controle total do design e da arquitetura de segurança de seus aparelhos, libertando-as, assim, do vínculo exclusivo que tinham com tecnologias de segurança de CA e DRM há mais de 20 anos. Agora as operadoras podem facilmente mudar apps, recursos e fornecedores de segurança, pois têm a gestão e o controle total sobre suas chaves. Em última análise, isso lhes dá agilidade para acompanhar o ritmo da evolução constante das demandas dos consumidores e oferecer um serviço superior.
Por: Alexandra Larsson, Diretora Regional de Vendas, América Latina, Irdeto