Retorno do controle à operadora e rompimento do vínculo exclusivo de 20 anos dos fornecedores de segurança

Publicado em 28/01/2016

No setor de TV Paga, que avança em ritmo acelerado, as operadoras de TV por assinatura precisam equilibrar uma série de prioridades diversificadas (e muitas vezes conflitantes): trabalhar com fornecedores preferenciais e, ao mesmo tempo, evitar o vínculo exclusivo com uma só tecnologia e continuar ágil para lançar novos serviços no mercado. Era uma tarefa quase impossível, até agora.

Neste setor, as relações das operadoras com seus parceiros de segurança em geral se baseiam em acordos de longo prazo, com opções de tecnologia integrada e redução do poder de negociação da operadora no decorrer do tempo, uma situação que pode ser difícil e onerosa se uma mudança for necessária.

Ao mesmo tempo, nunca houve uma necessidade tão aguda de oferecer serviços de alta qualidade com conteúdo de alto valor e recursos inovadores para os assinantes, no ritmo da demanda do mercado.

Com a evolução dos hábitos dos consumidores e o aumento de seu apetite por novos recursos, pressionando o tempo necessário para entrar no mercado, as operadoras podem sentir-se frustradas com a lentidão das parcerias e a exclusividade de tecnologia. A abertura de sua plataforma de segurança para ofertas concorrentes não apenas terá um efeito positivo nos custos, como também irá expor o ecossistema aos avanços de tecnologia mais recentes. Há um reconhecimento cada vez mais amplo, entre várias operadoras de TV por assinatura no mundo inteiro, da necessidade de ter o controle direto de sua própria plataforma.

Mas quais são exatamente as alternativas à situação atual?   Seria viável para a maioria das operadoras assumir a coordenação direta de múltiplos parceiros de segurança?  A realidade é que as operadoras não têm necessariamente as capacidades, os recursos ou até mesmo o desejo de elas próprias administrarem um ecossistema complexo.

Segurança para os decodificadores das operadoras, os gateways de mídia e as caixas conectadas ao IP

Hoje em dia, operadoras no mundo inteiro estão com uma relutância cada vez maior de se prenderem a um único fornecedor e estão procurando trabalhar com múltiplos fornecedores de SoC, OEMs e middleware para definir novas gerações de dispositivos gerenciados, alavancando arquiteturas de aparelhos modulares que possam tirar proveito dos avanços tecnológicos mais recentes e da inovação em todos os seus níveis.

Ao licenciar o Reference Design Kit (RDK) de uma operadora, os fornecedores passaram a competir em seus respectivos domínios para abrir espaço para um novo tipo de modularidade, acelerando a chegada de novos avanços tecnológicos no mercado. Para tirar proveito dessas vantagens, a operadora precisa ter a capacidade de trabalhar diretamente com cada um dos fornecedores de SoC e OEMs para implementar o root-of-trust controlado pela operadora.

Esse root-of-trust controlado pela operadora é viabilizado pelas funções do Keys & Credentials da Irdeto em um nível paralelo ao dos processos de root-of-trust utilizados pelos sistemas de CA de terceiros e suporta o ambiente específico da operadora para implementar todas as aplicações relacionadas à segurança.

Mantendo o  controle

Administrar tecnologias de múltiplos fornecedores e, ao mesmo tempo, manter o controle total das operadoras sobre suas opções de segurança e negócios é um desafio considerável. A melhor estratégia é definir uma arquitetura de plataforma que seja totalmente neutra em termos de fornecedores e agnóstica em termos de tecnologias, viabilizando diferentes opções na escolha de CA, DRM ou outros produtos de segurança. Um serviço totalmente gerenciado e integrado com todos os fornecedores escolhidos pela operadora permite que esta terceirize o processamento diário de ativos de segurança, como chaves e certificados, para que possam concentrar-se nos seus negócios principais.

A Charter Communications é um excelente exemplo de como isso pode ser feito. A Charter é uma das empresas líderes em comunicações banda larga e a quarta maior operadora de TV por cabo nos Estados Unidos, prestando serviços para 6 milhões de clientes, com 4 milhões de assinaturas de vídeo em 29 estados.

A Charter analisou os desafios e seus objetivos e decidiu assumir o controle total de seu ecossistema de segurança, o que lhes permitiu não apenas controlar diretamente o design e a arquitetura de seu novo decodificador World Box, mas também conquistar a liberdade de mudar o fornecedor de segurança desses aparelhos de acordo com suas prioridades, mesmo depois da instalação em campo.

A Charter implementou esse novo tipo de serviço gerenciado com a Irdeto operando todos os processos de segurança e fluxos de trabalho para a produção de chipsets e integração de codificadores em seu nome, na qualidade de “Autoridade de Confiança” independente.

Como várias outras operadoras, a Charter tradicionalmente comprava aparelhos CPE projetados e desenvolvidos por seus parceiros de SoC, CA e decodificador.  Ao assumir o controle do design e da arquitetura de sua nova geração de decodificadores “World Box”, a Charter obteve as seguintes vantagens:

  • O World Box agora tem uma especificação universal para qualquer fabricante, viabilizando a concorrência de preços e dando flexibilidade ao design
  • Todos os processos de segurança e principais fluxos de trabalho de provisionamento entre fornecedores agora são administrados de forma transparente por uma “Autoridade de Confiança” independente, que atua em nome da Charter. Isso inclui a gestão de fornecedores de CA e a implementação de uma segurança separável no World Box sem a necessidade de um CableCARD
  • Além das vantagens de preço que se ganharam em relação aos decodificadores e da capacidade de oferecer segurança separável, a Charter pôde projetar e instalar um World Box flexível e pronto para a oferta de novos serviços no futuro.

Uma abordagem neutra em termos de fornecedores

Até agora, as operadoras tradicionalmente ficavam presas a um SoC determinado pelo sistema de CA escolhido, com frequência tornando-se dependentes de uma solução integrada de um único fornecedor.

Uma solução de segurança totalmente gerenciada pode dar às maiores operadoras a capacidade de assumir o controle total do design e da arquitetura de segurança de seus aparelhos, libertando-as, assim, do vínculo exclusivo que tinham com tecnologias de segurança de CA e DRM há mais de 20 anos. Agora as operadoras podem facilmente mudar apps, recursos e fornecedores de segurança, pois têm a gestão e o controle total sobre suas chaves. Em última análise, isso lhes dá agilidade para acompanhar o ritmo da evolução constante das demandas dos consumidores e oferecer um serviço superior.

Por: Alexandra Larsson, Diretora Regional de Vendas, América Latina, Irdeto

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