Renúncia: novela baseada em psicografia saiu do ar após duas semanas

Publicado em 30/08/2018

Em 1982, já no governo de João Figueiredo e após a anistia, a Rede Bandeirantes fazia grandes investimentos no setor de teledramaturgia. Havia três novelas no ar; Renúncia era uma delas.

A novela, escrita e dirigida pelo veterano Geraldo Vietri, era baseada num romance homônimo de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier. Foi escalada pela emissora para substituir Ninho da Serpente, de Jorge Andrade, no horário das 20h. Sua grande concorrente no mesmo horário era uma novela de Janete Clair, Sétimo Sentido. A estreia ocorreu em 30 de agosto de 1982.

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A trama central de Renúncia

Cirilo Davemport (Fúlvio Stefanini) e Suzana (Geórgia Gomide) são primos e estão prometidos um para o outro desde crianças. Só que o rapaz conhece Madalena de Vilamil (Berta Zemmel) e se apaixona perdidamente. O intermediador do contato inicial dos dois é Antero (Carlos Capeletti), primo de Madalena, que também lhe fora prometida ainda criança. Apesar disso, os pais dela, Dom Inácio (Xandó Batista) e Dona Margarida (Laura Cardoso), respeitam seus sentimentos e consentem em sua união com Cirilo. Assim sendo, os primos rejeitados, Suzana e Antero, passam a tramar contra o casal.

Suzana viaja para Lisboa, onde visita os tios Constância (Yara Lins) e Samuel (Chico Martins), pais de Cirilo. A situação financeira deles não é nada boa, e pretendem emigrar para o Brasil, a exemplo de tantos conterrâneos. Suzana incentiva a viagem, a fim de afastar Cirilo de Madalena e assim conseguir reconquistá-lo. O rapaz viaja com os pais e deixa Madalena na Europa justamente aos cuidados de seu grande rival, Antero. Só que a moça está grávida. Após mentiras arquitetadas por Antero e Suzana, que levam Cirilo e Madalena a acreditarem que ambos estão mortos. Anos depois, a partir de Alcione (Cláudia Alencar), fruto do amor dos dois, é que se desvendarão as tramoias do passado.

Outros nomes do elenco de Renúncia

Além dos já citados, ainda, as presenças de Elias Gleizer, Serafim Gonzalez, Ísis Koschdoski, Luiz Carlos de Moraes, Zé Carlos de Andrade, Josmar Martins, Lúcia Mello, Amaury Alvarez, Flamínio Fávero, Noemi Gerbelli, Arthur Leivas e Geisa Gama, entre outros.

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Audiência, propaganda política, problemas internos: Renúncia sai do ar

Após apenas duas semanas no ar, com 13 capítulos apresentados, Renúncia saiu do ar. Em princípio, a explicação foi o início do horário eleitoral, o que acarretaria uma dança das cadeiras na grade.

Os resultados de audiência de Renúncia, aquém do esperado, mais a entrada do horário eleitoral, foram um prato cheio para a emissora se livrar de um produto caro de pouca repercussão.

A imprensa chegou a divulgar um retorno de Renúncia às telas após o fim da propaganda política, sem Vietri e com Marcos Caruso em seu lugar. No entanto, não passou de uma ideia. Anteriormente, a TV Record também tirou uma novela do ar pouco depois de estreada, Somos Todos Irmãos (1965). Drácula (1980), na TV Tupi, também foi limada da grade após poucos dias. O fato ocorreu em meio à crise que culminaria no fim das atividades da emissora.

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