Lembranças

Raul Gazolla relembra morte de Daniella Perez: “Quando soube, fiquei doido”

A entrevista com o ator vai ao ar na nesta quarta (3), no A Noite É Nossa, da Record TV

Publicado em 03/03/2021

Em dezembro de 1992, o assassinato da atriz Daniella Perez chocou todo o país. Estrela em ascensão, ela foi morta por um colega de elenco da novela De Corpo e Alma e a mulher dele. Seu marido à época, o ator Raul Gazolla conta como conheceu a artista e também fala sobre o crime no programa A Noite É Nossa desta quarta-feira (3), que será comandado, mais uma vez, por Luiz Bacci.

Em entrevista à repórter Livia Mendonça, Gazolla revela que conheceu Daniella nos bastidores da novela Kananga do Japão, exibida pela TV Manchete em 1989. “A primeira vez que eu olhei a Dani, pensei: ‘Eu já sonhei com essa menina.’ Foi uma coisa incrível. Eu nunca a tinha visto, mas sabia que ela já fazia parte da minha vida.

À época, ela só tinha 19 anos, enquanto ele, 33 anos. O sonho do casal era logo ter um filho, mas a morte dela desmontou, para sempre, a vida dele e a vida da família de Daniella, filha da novelista Gloria Perez.

A atriz foi morta em um matagal da cidade do Rio de Janeiro ao ser apunhalada pelo ator Guilherme de Pádua e a esposa dele. “Na delegacia, eu pensei que ela tinha sido sequestrada. Liguei para a Gloria e falei que haviam encontrado o carro, mas nada da Dani. A atriz Marilu Bueno, que fazia a mãe dela na novela, que me contou. Foi muito difícil“, desabafa Gazolla.

Eu me lembro que estava no velório e que não tinha forças para nada. Eu estava há 24 horas sem comer nem dormir. Eu nem sabia como ela tinha sido assassinada porque não me deixavam ver televisão. Quando soube, fiquei doido“, completa.

Tamanho desespero quase o fez aceitar uma oferta para se vingar do assassino. “Um conhecido me chamou e falou: ‘Gazolla, a gente vai dar ‘cabo’ do cara. Eu falei: ‘Não, eu não quero! Ele precisa viver porque tem muita coisa para contar’. E ele está aí, graças a Glória e a mim, porque a gente não quer fazer a mesma coisa que ele fez. Se não tem a justiça do homem, tem a divina.

Glória só conseguiria escrever um personagem para o ex-genro em 2001, quase dez anos após a perda da filha. “Ela me ligou e falou: ‘Raul, eu já posso trabalhar com você’. Temos uma grande amizade, e eu tenho um carinho absurdo pela Glória. Tanto que minha filha mais nova a chama de avó. Sou amigo e fã incondicional do trabalho dela“, afirma ele.

Entre as novelas escritas por ela em que ele atuou, destacam-se O Clone e América. A novelista, inclusive, fará uma homenagem a Gazolla na reportagem que o deixará bastante emocionado.

Na conversa com a equipe do A Noite É Nossa, Gazolla também relembra o período em que trabalhou como modelo na Europa, quando tinha pouco mais de 20 anos de idade. 

Teve uma fase em que eu só tomava café da manhã. Foram oito dias tomando só café da manha até cair uma grana“, conta ele, cuja carreira no Brasil começou por acaso. “Um colega me chamou para fazer um desfile, e eu falei: ‘Meu irmão, pelo amor de Deus, eu não sei nem andar direito. Eu pareço um malandro, faço capoeira!’ Mas, daí, ele me disse: ‘Você vai desfilar quatro roupas e vai ganhar R$ 1 mil!’ Aí, eu topei na hora! 250 por roupa? Nem pensei!

Já como ator, Gazolla fala de uma situação que vivenciou ao lado da amiga, a também atriz Claudia Raia, nos bastidores do musical A Chorus Line. “Nós ensaiávamos de 9h da manhã até as 8 da noite. E eu me lembro que a Claudia vomitava. Ela se esquecia, comia bem no almoço e, aí, na hora de fazer a coreografia, passava mal.

A questão da saúde também é tema da entrevista, uma vez que o ator já sofreu quatro infartos. Embora mantenha uma vida saudável – não come carne vermelha, não fuma e nem bebe -, os médicos o avisaram que seus infartos têm duas razões: são hereditário e resultados de estresse. “Depois do segundo, eu aprendi a identificar na hora quando estou tendo um infarto e voo para o hospital.

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