Entrevista

Raphael Vianna exalta Hélio, de Flor do Caribe: “curva dramática interessante”

O ator comemora o retorno da trama à programação da Globo

Publicado em 13/01/2021

Em Flor do Caribe, Bibiana (Cyria Coentro) e Donato (Luiz Carlos Vasconcelos) ficam sabendo por Juliano (Bruno Gissoni) que o homem envolvido no sequestro de Samuel (Juca de Oliveira) conhece Hélio (Raphael Vianna). Cientes da ambição do filho, os dois decidem questionar o rapaz e percebem que ele pode ter ligação direta com o ocorrido.

Hélio nunca cogitou ser pescador como o pai ou dono de quiosque como a mãe, e em sua busca ambiciosa pelo poder, conquistou a confiança de Dionísio Albuquerque (Sérgio Mamberti), que tem Samuel como inimigo, e se tornou seu braço direito.

Por este motivo, diante da mentira contada pelo filho e diferente do que Donato fez ao saber que Hélio tinha cometido um crime no passado, quando atropelou um turista, Bibiana pede a Juliano que vá a polícia dizer que viu Hélio em um resort. No entanto, o jovem prefere conversar antes com Hélio e dar um prazo para que vá à polícia confessar seu envolvimento no crime.

Na entrevista abaixo, Raphael Vianna comenta sobre o trabalho em Flor do Caribe.

O que você achou de Flor do Caribe ter sido escolhida para ser exibida em edição especial neste momento? Como você recebeu a notícia da volta da novela?

Eu fiquei muito feliz. Flor do Caribe foi um trabalho muito importante para mim. Está sendo uma delícia rever esse trabalho que foi muito especial, minha segunda novela com Walther Negrão, meu primeiro trabalho com o Jayme Monjardim e uma parceria que construí com Cyria Coentro e o Luiz Carlos Vasconcelos. Semanalmente, a gente se encontrava para debater os personagens, lia todos eles e depois conversava como iríamos abordar e caminhar com os personagens dentro daquela trama, procurando construir uma relação muito verdadeira com aquela família que era muito real.

Qual a importância do personagem na sua carreira?

O Hélio foi muito importante. Um personagem de muito trabalho porque teve uma curva dramática interessante. Ele tem essa família de pai pescador e mãe dona de restaurante e não se encaixa nessa vida, não gosta desse universo. Então ele vai em busca de se formar e fazer uma faculdade, começa a trabalhar em uma grande empresa e vai tendo uma ascensão social que era o que ele queria. Tinha uma coisa meio de vilão na história, um conflito de família, questões difíceis que eram abordadas. É um personagem que nunca vou esquecer. Marcou muito. Viver esse drama na construção dessa história foi muito prazeroso de fazer.

Foi uma possibilidade de mostrar na televisão uma outra face minha como ator. Eu vinha fazendo muitos mocinhos e em Flor do Caribe pude mostrar um outro lado, ter um personagem mais denso, com grandes conflitos e outras questões.

Tem alguma característica ou algo que você aprendeu com o personagem que ficou pra sua vida?

Logo que começamos a gravar no Rio Grande do Norte, na Baía Formosa, gravamos em um dia de uma festividade local. O cortejo foi no mar com muitas embarcações pequenas, passamos horas gravando e balançava muito, mas fiquei impressionado com o quanto eu fiquei à vontade nessa embarcação, ao contrário do Hélio. E essa experiência com esse personagem me mostrou o quanto eu de fato tenho uma ligação com o mar e que para mim é espiritual também. Parecia que eu já tinha feito parte daquilo. Foi muito bacana aprender e viver esse lugar. E o personagem me ensinou também muito do que não se deve fazer para atingir objetivos na vida. Nessa ambição desmedida e nesse caminho que ele acaba escolhendo para trilhar, cada erro que vai cometendo… ele me ensinou muito.

Qual foi a cena mais difícil de fazer?

Talvez a do tapa tenha sido uma que marcou muito, em que ele leva um tapa do pai. Marcou a todos. E foi um dia que a gente teve muito trabalho, um dia maravilhoso. Lembro do Luiz falar que a perna dele estava tremendo de emoção. E o que a gente falava era forte e pesado muitas vezes. Mas o público queria isso, que o Hélio sofresse de alguma maneira, algumas pessoas queriam a redenção dele, outras que ele fosse preso e pagasse por aquilo. Tinha uma torcida mista. Lembro que fui ver uma peça com o Luiz e a Cyria e uma senhora perguntou onde eu estava, quando apareci me deu um cascudo dizendo que eu tinha que aprender a tratar bem o meu pai. Realmente, as questões abordadas ali foram muito bem construídas pelos nossos autores.

Que momento das gravações você lembra com mais carinho?

O período inicial da novela em que exploramos o Rio Grande do Norte foi muito especial, essa vivência lá. Um lugar de uma natureza avassaladora, linda, potente, que nos afetava diretamente nessas gravações, foi um momento muito especial para gente e para a construção das nossas relações.

Fale um pouco da parceria com Walther Negrão e Jayme Monjardim.

Eu já ganhei alguns presentes e eu sou muito grato na minha profissão, principalmente ao Walther Negrão. O Hélio de Flor do Caribe, e o Fred de Araguaia foram dois trabalhos maravilhosos que eu ganhei dele. Me lembro de um momento que eu fiquei muito agradecido. Era a nossa apresentação para imprensa e o Negrão falou do Hélio com muito carinho e fez referências ao meu trabalho e à minha pessoa. E o Jayme tem um estilo e uma condução dele. Eu lembro que no estúdio a gente tinha as câmeras bem no fundo da cena, e o Jayme sempre muito atento ao ator, trocando muito e dando as suas indicações. E foi ótimo, realmente um trabalho muito feliz.

Flor do Caribe é escrita por Walther Negrão e tem a direção artística de Jayme Monjardim, direção geral de Leonardo Nogueira e direção de Teresa Lampreia e Thiago Teitelroit.

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