Profissão Repórter: 10 anos dos bastidores do jornalismo sem perfumaria

Publicado em 03/06/2018

Os desafios enfrentados pelos jornalistas na busca pela verdade dos fatos, os diferentes ângulos de um mesmo acontecimento e os bastidores da batalha pela notícia são a matéria-prima do Profissão Repórter, elogiado programa da Rede Globo que neste 3 de junho chega aos 10 anos como atração fixa, tendo sido antes exibido em ocasiões especiais e como quadro do dominical Fantástico. Atualmente exibido às quartas-feiras após os jogos de futebol, o programa estreou às terças.

Caco Barcellos numa das edições do Profissão Repórter
Caco Barcellos numa das edições do Profissão Repórter Reprodução

O programa de estreia teve como tema o dia a dia dos transplantes de coração no Instituto do Coração (Incor), em São Paulo, mostrando todo o processo desde a permissão da doação do órgão pela família do paciente até a implantação no corpo do receptor à espera. Na temporada seguinte (2009), o primeiro programa gravado no exterior, após a destruição provocada pelo terremoto que devastou a Indonésia.

Temas espinhosos são afugentam a equipe do programa; ao contrário, estimulam-na e fazem com que marque presença. Exemplos disso são as edições produzidas ainda no calor de acontecimentos como as manifestações de 2013, ocasião em que Caco foi hostilizado; e a recente edição a respeito da paralisação dos caminhoneiros em todo o País. Em 2016, durante manifestação de servidores públicos do estado do Rio de Janeiro contra medidas tomadas pelo governador Luiz Fernando Pezão, Caco Barcellos também chegou a ser hostilizado – e agredido com um cone de trânsito.

Outros temas dos muitos já abordados pelo Profissão Repórter foram a prostituição; o Círio de Nazaré, que ocorre todos os anos em Belém (PA); transporte rodoviário de passageiros; jogo; a vida das empregadas domésticas; crack, que rendeu uma indicação do programa ao Emmy 2012 na categoria “Atualidades”; problemas da educação no Brasil; evasão escolar; concursos de beleza; a vida em Heliópolis, a maior favela de São Paulo; fãs de Roberto Carlos e de Elvis Presley; a vida no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, dois anos depois da pacificação; a escalada do alcoolismo entre os jovens; o novo boom da música sertaneja; e a vida de portadores de HIV.

https://www.youtube.com/watch?v=G0DVl1Ae5Hw

Entre os valores revelados pelo programa, temos Eliane Scardovelli, Thaís Itaqui, Nathália Fernandes, Gabriela Lian, Caio Cavechinni, Valéria Almeida, Júlia Bandeira, Mariane Salerno, Felipe Gutierrez, Thiago Jock, Leonardo Leomil, Caroline Kleinübing, Theo Ruprecht, Paula Akemi e Victor Ferreira. O primeiro diretor do programa foi Marcel Souto Maior, vindo do então recém-cancelado Linha Direta. A partir de 2011, Caco Barcellos assumiu o posto.

Uma constante reclamação de muitos telespectadores e que já pôde ser vista também da parte de jornalistas ao comentarem sobre o Profissão Repórter é apenas o pouco tempo destinado ao programa na apertada e concorrida grade da emissora, cerca de meia hora. Agora que ele chega aos 10 anos e mantém boa audiência, não seria o caso de estudar um meio de ampliá-lo, dar mais tempo ao trabalho jornalístico tão bom e a seus bastidores, que interessam tanto a telespectadores “leigos” quanto a estudantes e profissionais da área? Para constar: a audiência da atração hoje é de cerca de 11 milhões de espectadores por edição.

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