Primeira versão de Chiquititas estreava há 20 anos

Publicado em 28/07/2017

No dia 28 de julho de 1997, o SBT colocava no ar uma novela infantil que se tornaria uma verdadeira mania entre as crianças. Chiquititas, coprodução entre a emissora de Silvio Santos e a Telefe, da Argentina, mexeu com a fantasia dos pequenos espectadores, ao narrar a saga das meninas órfãs do orfanato Raio de Luz, ao lado da amiga e diretora do orfanato, Carolina (Flavia Monteiro). A história original é uma criação de Cris Morena, escrita por Gustavo Barrios e Patricia Maldonado, e adaptação de Gustavo Barrios.

Na trama, sete meninas vivem como uma família no orfanato Raio de Luz. Mili (Fernanda Souza), Pata (Aretha Oliveira), Bia (Gisele Frade), Ana (Beatriz Botelho), Tati (Ana Olívia Seripieri), Vivi (Renata Del Bianco) e Cris (Francis Helena) são grandes amigas e vivem aprontando confusões no local, sempre fiscalizadas pela zeladora Ernestina (Magali Biff), o chef Chico (Gésio Amadeu) e a bondosa diretora Emília (Maria Estela). O que elas não sabem é que a origem do local está ligada ao nascimento de Mili, que nem imagina que vive muito perto de sua verdadeira família.

Mili nem desconfia que é neta de José Ricardo Almeida Campos (Rogério Marcico), o dono do Raio de Luz. Ele criou o lugar para manter a neta, que é fruto do amor proibido entre sua filha, Gabi (Cláudia Santos) e Miguel (Matheus Carrieri), filho de sua empregada Valentina (Neusa Maria Faro). No entanto, Junior (Alex Benn), filho de José Ricardo, chega ao Brasil após uma temporada na Europa, e começa a descobrir os mistérios que envolvem o Raio de Luz, motivado pela doença de Gabi, perturbada desde que lhe tiraram a filha. No país, Junior conhece Carolina, que trabalha numa das fábricas de seu pai. Sindicalista, ela tem sérios conflitos com a direção da empresa, mas acaba se envolvendo com Junior, para desespero de José Ricardo. E o milionário que guarda segredos nem desconfia que sua namorada, Cíntia (Fabiana Urian), também guarda segredos: ela quer se tornar diretora do Raio de Luz para acabar com o lugar, pois, no passado, a mansão pertenceu à família dela.

Esta é a história inicial, que permeou as duas primeiras temporadas de Chiquititas. Após a saída da vilã Cíntia, Carol se torna a diretora do Raio de Luz e vive outras aventuras no orfanato, que, àquela altura, também passa a abrigar meninos. Carmem (Débora Olivieri), irmã de José Ricardo, passa a assumir as vilanias da novela, sendo uma pedra no sapato de Carol e as crianças. O orfanato, aliás, muda de local duas vezes. Na primeira mudança, ele é instalado num bairro cheio de crianças, chamado Beco da Harmonia, aumentando a possibilidade de novas histórias. Na última temporada, o Raio de Luz se muda para a fazenda do avô de Estrela (Débora Falabella).

Dividida em cinco temporadas, Chiquititas teve diversas histórias e o elenco era renovado constantemente. Apenas Flavia Monteiro, Aretha Oliveira e Pierre Bitencourt (o Mosca) atravessaram todas as fases do enredo. Carol, aliás, teve quatro pares românticos ao longo da obra. Depois de Junior, vieram Fernando (Nelson Freitas), Felipe (Marcos Pasquim) e Rian (Carmo Dalla Vecchia). Por isso, a mocinha também teve várias antagonistas, como Maria Cecília (Carmela Medeiros), Andréa (Bianca Rinaldi) e Cora (Larissa Bracher).

A trama, por conta da rotatividade do elenco, acabou se tornando um verdadeiro celeiro de talentos. Fernanda Souza, a Mili, já era conhecida quando estrelou as primeiras temporadas da novela, mas explodiu depois de Chiquititas. Pela trama também passaram Jonatas Faro (Kiko), Kayky Britto (Fabrício), Stephany Britto (Hanelore), Paulo Nigro (Julio), Carla Diaz (Maria), Bruno Gagliasso (Rodrigo) e Débora Falabella, entre muitos outros. Chiquititas, apesar do elenco brasileiro, era gravada nos estúdios da Telefe, na Argentina, obrigando os atores a se mudarem para o país vizinho.

Chiquititas foi uma das telenovelas mais longas da teledramaturgia brasileira. Com seus 807 capítulos, seria considerada a telenovela brasileira com mais capítulos, se não fosse as interrupções em período de férias. A trama teve dois “descansos”, e, neste período de férias de Chiquititas em 1999 e 2000, o SBT apresentava uma produção da Televisa. Entre janeiro e março de 1999, a trama foi substituída por Luz Clarita, retornando em abril; e em 2000, o horário entre janeiro e março foi ocupado por O Diário de Daniela.

A novela fez um estrondoso sucesso, sobretudo nas primeiras temporadas, alçando os atores mirins a ídolos nacionais. Como os artistas moravam na Argentina, cada vinda deles ao Brasil para participar de shows e de programas no SBT era um verdadeiro acontecimento. Chiquititas teve uma série de produtos licenciados, como bonecas, álbum de figurinhas e até uma revista. Os capítulos eram recheados de clipes musicais, cujas canções e coreografias eram cantadas e copiadas pelos pequenos fãs. Os CDs com as músicas cantadas na novela venderam como pão quente.

Chiquititas estreou às 20 horas, substituindo a primeira exibição de Maria do Bairro. Mais adiante, passou para às 19 horas, mantendo os bons índices. No entanto, a trama não escapou de um desgaste natural, e viu sua audiência cair no decorrer das temporadas. Por isso, acabou cancelada no início de 2001, sendo substituída pela trama mexicana Gotinha de Amor. A faixa, então, passou a ser destinada à exibição de novelas infantis mexicanas. No entanto, a partir de 2005, quando estreou Rubi, o SBT deixou de exibir novelas para crianças, voltando ao segmento com suas produções próprias a partir de Carrossel, em 2012.

Com o sucesso da versão nacional de Carrossel, veio a ideia de se refazer Chiquititas, desta vez no Brasil, em 2013. Iris Abravanel, assim, assume a autoria e mantém a espinha dorsal inicial da trama praticamente intacta. Aqui, porém, a trama não é dividida em temporadas, contando apenas uma única história do início ao fim, nos dois anos em que a trama ficou no ar. Para ter fôlego, a autora utilizou tramas de outras temporadas junto aos personagens que já tinham. Assim, na segunda versão, Carolina (Manuela do Monte) e Junior (Guilherme Boury) têm direito ao final feliz, enquanto Mili (Giovanna Grigio) tem sua história melhor desenvolvida. A segunda versão de Chiquititas também foi considerada um sucesso.

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Reveja o clipe de “Tudo Tudo”, um dos primeiros musicais de Chiquititas:

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