Presença rara em TV, Tribalistas presenteiam público do Conversa com Bial

Publicado em 16/08/2018

O ano de 2002 foi marcado por muitos acontecimentos relevantes no Brasil e no mundo, como a conquista do pentacampeonato mundial pela seleção brasileira, o início da circulação do euro entre os países da Europa e a caminhada do filme “Cidade de Deus” rumo ao Oscar. Foi neste momento também que conhecemos os Tribalistas. Em 2018, não vencemos a Copa do Mundo da Rússia, alguns países sinalizam a saída da Comunidade Europeia. E, no Brasil, ainda não sabemos quem serão nosso próximos governantes. Mas temos a oportunidade de presenciar, mais uma vez, o encontro de Arnaldo Antunes, Carlinhos Brown e Marisa Monte. Em turnê com o que há de melhor nos dois álbuns lançados, eles fazem uma parada exclusiva no palco do Conversa com Bial desta sexta-feira, dia 17.

Uma união que já nasceu pela miscigenação de origens, referências, gostos e experiências. Regada pelo tempo com muito carinho e mais de 50 canções compostas entre eles. A cumplicidade traduzida em forma de música também é perceptível pelo cuidado com que eles se tratam e com a mensagem que querem levantar por meio desse projeto. “Acho que o que a gente traz é uma energia muito positiva, tem esse sincretismo com uma mensagem em si pela nossa própria convivência. Temos canções que falam disso explicitamente”, explica Arnaldo, engatando as notas de “Um Só”. “Nós estamos falando de tolerância, do coletivo, de reconhecer a diferença como riqueza. É interessante ver que somos ‘todos’. A gente vai ter que se entender”, completa Marisa, lembrando de “Diáspora”, música do novo álbum e que trata da questão dos refugiados.

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Mensagem política dos tribalistas no Conversa com Bial

Observando essa união como admirador, Pedro Bial analisa aquilo que vê: “Existe, entre eles, uma visível transmissão de afeto. E isso transborda do palco para a plateia. A mensagem política dos Tribalistas é a alegria e o Brasil é um país com vocação alegre, feliz. Mas, agora, a gente está ficando com uma cara feia. Que eles sejam a nossa reserva de alegria.” E se tantos anos se passaram entre o primeiro e o segundo trabalho dos Tribalistas, o modo como se faz e se consome música também teve um grande salto. A despeito dessas novas formas, eles preservam o momento de gravação das músicas como um “processo artesanal”. “No nosso processo, fazíamos uma música por dia. Começávamos depois do almoço e íamos até as 3h da manhã gravando. Estava todo mundo presencial, disponível para a música”, conta Marisa.

Anterior a isso, vem a fase de criação, que acontece de maneira espontânea quando estão juntos. “Quando a gente se encontra, cada um leva os seus escritos e a gente vai mostrando, se juntando. Nós três fazemos letra e música”, revela a carioca. “Nossa explosão é quando se termina uma música. E nossa intimidade nos permite reconhecer o que o outro acha”, acrescenta Brown. Para o deleite do público, o grave da voz de Arnaldo, a delicadeza da sonoridade de Marisa e o ritmo marcante de Brown apresentam Carnavália, Diáspora, Passe em casa e Velha infância. “O artista, quando sobe a um palco, é uma lembrança da felicidade”, finaliza o baiano.

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