Altas Horas

Padre Fábio de Melo fala sobre cantar músicas que não são religiosas e Lulu Santos rebate: “E de compositor gay”

O padre analisou o músico como uma pessoa essencialmente religiosa

Publicado em 02/01/2022

Na noite deste sábado (1), foi ao ar na TV Globo a edição do Altas Horas que teve a presença do padre Fábio de Melo. “As pessoas têm a ideia que a playlist de um padre são cantos gregorianos, né? E você é muito pop, no sentido da música popular mesmo. Sempre foi assim?”, indagou Serginho Groisman.

“Sempre foi assim. Deus nunca entrou na minha vida pela porta da frente. Não foi uma linguagem convencional religiosa que me seduziu. Eu nunca fui um estudante, desde quando era seminarista, que tinha o hábito de ouvir música religiosa”, declarou o católico.

“Desde muito menino, eu também comecei no samba e a música popular brasileira me educou. Educou os meus sentimentos, a minha percepção, e inclusive me ajudou muito no momento que eu me tornei padre. A espiritualidade é a oportunidade que a gente tem de aprender quem a gente é. E no momento que a gente se descobre, a gente descobre o Deus que nos habita, então a gente precisa aprender a lidar com os sentimentos que nós temos, com o que é mesquinho em nós, com o que é bonito”, analisou o religioso.

Depois, Fábio falou sobre Lulu Santos, que estava presente. “Eu estou aqui diante de um mestre que liturgicamente me ajudou a evangelizar muitas vezes. No sentido de colocar as pessoas no eixo de suas verdades, que eu acho que é a coisa mais bonita que o ser humano pode fazer pelo outro. Lulu Santos fez parte do meu repertório a vida inteira, desde quando eu comecei a cantar. Fui muito mal interpretado no início, as pessoas não entendiam. ‘Esse menino canta música religiosa, mas no show dele tem música popular brasileira o tempo todo?’”, contou Fábio.

“E de compositor gay”, rebateu Lulu. “Mas isso nunca foi um problema pra mim. Na verdade, a especialidade de dizer o sagrado não é de pessoas religiosas como nós compreendemos. Eu não posso negar que você é uma pessoa essencialmente religiosa porque você tem o tom de religar as pessoas aquilo que é mais sagrado, que é a vida, os sentimentos”, concluiu o padre.

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