O Outro Lado do Paraíso é criticada por pediatras e enfermeiros por incentivar “amamentação cruzada”

Publicado em 30/03/2018

Depois de desagradar Psicólogos, Psiquiatras Agentes Penitenciários e Coachings, a novela O Outro Lado do Paraíso, da Globo, entrou na mira de ódio de outras duas classes: os pediatras e enfermeiros.

Tudo acontece por uma cena exibida na noite da última terça-feira (27), onde o médico Samuel (Eriberto Leão) diz para a ex-prostituta Karina (Malu Rodrigues) que ela não tem leite suficiente para amamentar o filho.

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Por conta deste fato, Samuel afirma que sua mulher, a enfermeira Suzy (Ellen Rocche), que teve filho recentemente, pode ajudá-la a amamentar o seu recém-nascido. O fato é chamado de amamentação cruzada.

Isto era muito comum em tempos passados, mas atualmente, a prática é condenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por fazer o bebê correr riscos de adquirir doenças infectocontagiosas.

Pelo menos duas notas condenando o fato foram divulgadas. Uma pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), e outra pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), dois órgãos respeitados pela comunidade médica.

“A SBP reitera ainda que, ao contrário do que foi sugerido na novela, não existe leite materno “fraco”. É importante destacar que a amamentação deve ser estimulada, pois é o único processo natural que garante acesso ao alimento completo e mais adequado para as crianças. Por isso, deve ser oferecido, de modo exclusivo, nos seis primeiros meses, podendo ser complementado a partir de então”, diz a nota da SPB.

Já o Conselho Federal reiterou o que disse a SBP, e falou que em casos de amamentação cruzada, que raramente acontecem em dias de hoje, são usados leites doados que passam por rigorosos testes de qualidade.

“O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) esclarece que a chamada ‘amamentação cruzada’ pode trazer diversos riscos ao bebê, inclusive a transmissão de doenças infectocontagiosas, sendo contraindicada pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial da Saúde. O leite materno doado aos bancos de leite passa por rigoroso controle de qualidade e por pasteurização antes de ser consumido por recém-nascidos internados”, diz a nota.

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É a quinta polêmica com classes de O Outro Lado do Paraíso. A mais recente havia sido com Agentes Penitenciários, que foram ao Ministério Público e também para a Polícia Federal, alegando que a novela prestou um desserviço tempos atrás, na cena de morte do pedófilo Vinícius (Flávio Tolezani).

Em novembro do ano passado, a Associação de Psiquiatras repudiou cenas de Clara (Bianca Bin) onde ela tomava choque em uma clínica.

Já em janeiro, o Conselho Federal de Psicologia repudiou cenas onde Laura (Bella Pierro) procurava a advogada Adriana (Julia Dalavia), que tinha feito cursos de coaching, para tratar de um problema psicológico grave: ela foi abusada na infância justamente por Vinícius.

A trama também desagradou os coachings, que não gostaram do modo que seu trabalho foi divulgado no principal horário da TV brasileira. O Instituto Brasileiro de Coaching pagou por este “merchandising social”.

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