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No TV Fama, Alinne Prado reage contra ex-BBB e dá aula sobre racismo: “Síndrome da sinhazinha”

Adriana Sant’Anna reclamou do preço cobrado pelas faxineiras na Flórida (EUA)

Publicado em 28/06/2021

Na edição do TV Fama levado ao ar na última sexta-feira (25), a apresentadora Alinne Prado deu uma aula sobre racismo estrutural ao comentar o caso da ex-BBB Adriana Sant’Anna, que usou o seu perfil no Instagram para reclamar do preço cobrado pelas faxineiras na Flórida (EUA). Ela procura uma pessoa que realize todas as tarefas domésticas, mas não encontra (pelo valor que ela quer pagar).

O nome disso aí é síndrome da sinhazinha. Aqui no Brasil, infelizmente, a gente não teve uma boa lição que aconteceu de fato e ate hoje temos resquícios de uma colonização escravocrata. Deve ser muito difícil não poder escravizar ninguém, né Adriana.

Deve ser muito desafiador muito desafiador ter que limpar a própria privada que você, o seu marido, seus filhos sujam. E sim, aqui no Brasil nós temos uma lei que regulamente a profissão da empregada doméstica. Domestica, por exemplo, é uma nomenclatura que a gente usa por conta da domesticação que acontecia com as mucamas que no passado, que eram tratadas como animais.

Existem ate toda uma arquitetura ainda que é do tempo colonial. Por exemplo, na cozinha americana o que você tem? Aquela cozinha aberta que você tem aquele trato com que estão cozinhando, limpando a cozinha. Agora aqui no Brasil, se você vê, a cozinha é fechada, tapada, pra você, e ainda tem entrada de serviço pra você não ter não ter contato com os empregados.

Aqui no Brasil a gente tem tem o salário mínimo para as empregadas, agora por conta da PEC das empregadas domésticas. Agora a gente tem horário de descanso. Mas infelizmente ainda tem muitas mulheres que trabalham na informalidade, especialmente porque o patrão não quer pagar os devidos direitos. Nos Estados Unidos não. Lá não tem bagunça não.

Em publicação no Instagram, a apresentadora reforçou o discurso. “Muito mais do que falar sobre a ex-BBB Adriana Santana, essa fala é sobre um preconceito estrutural, tão profundo e inconsciente que a pessoa nem se envergonha de fazer tal declaração no próprio insta, tendo milhares de seguidores. É a fragilidade branca elevada à (pré)potência. O sentimento de superioridade nutrido no âmago da branquitude, consciente ou inconscientemente, está cravado na sua memória ancestral”, comentou ela.

As falas da ex-BBB Adriana Sant’Anna

Eu só preciso que limpe, lave, passe, guarde, cozinhe e olhe as crianças quando eu precisar”, disse. “Não aguento mais essa vida de ficar colocando coisa pra lavar. É muito sério isso. Está me tirando o sono.”

Diferentemente do Brasil, segundo ex-BBB, as empregadas cobram 25 dólares por hora para realizar apenas uma função, como, por exemplo, passar roupa.

Aproveitar e fazer ressalva, a gente no Brasil estava feita. Porque lá uma pessoa faz tudo. Aqui, para passar 25 dólares a hora a mais, para dobrar 25 dólares. Ah, para poder esticar o braço, mais 10 dólares”, relatou.

A repercussão na internet:

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