Falta pouco para o público da Globo voltar a conferir Malhação: Viva a Diferença. A temporada de 2017 do programa será reprisada a partir do dia 6 de abril, em forma compacta, substituindo a atualmente em cartaz Toda Forma de Amar – cujo desfecho foi antecipado em mais de um mês em virtude da pandemia de coronavírus. A nova fase, Malhação: Transformação, seguirá inédita por tempo indeterminado.
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Boa de audiência
A escolha de Viva a Diferença para preencher esse ‘buraco’ em Malhação, a bem da verdade, não chega a surpreender: a saga assinada por Cao Hamburger – em sua primeira incursão pelo formato da telenovela diária – obteve nada menos que a maior audiência dentre as temporadas da atração teen em toda a década. Sua média geral foi de 20,4 pontos, a maior desde Malhação 2009.
Queridinhas do patrão
Embora fossem todas estreantes em novelas, algumas das protagonistas desta fase de Malhação já haviam trabalhado com Cao Hamburger em outros projetos do diretor e cineasta. Daphne Bozaski (Benê), por exemplo, foi protagonista de Que Monstro Te Mordeu?, série infantil produzida pelo ‘patrão’ para a TV Cultura, entre 2014 e 2015.
Já Heslaine Vieira trabalhou com Hamburger em outra atração similar, Pedro & Bianca (2012). Os personagens-título em questão eram vividos por ela e por Giovanni Gallo, que mais tarde veio reforçar o elenco de Viva a Diferença na pele de Douglas, rapaz que sofria preconceito por ser gay.
Sucesso sem fronteiras
Unanimidade entre público e crítica, Malhação: Viva a Diferença foi tão bem avaliada pela Globo que acabou entrando para o catálogo internacional da emissora em 2018, ano seguinte ao de sua exibição. Foi a primeira vez desde 2004 que a Globo incluiu uma história de Malhação nesse programa anual.
Para o mercado estrangeiro, os 215 capítulos da saga das ‘five’ foram reeditados em 120 episódios de até 1 hora de duração. Às transmissoras de países latinos, a atração foi oferecida sob o título de Viva la Vida: Celebra La Diferencia (Viva a Vida: Celebre a Diferença), enquanto o público de língua inglesa veio a conhecê-la como Young Hearts: Embrance Diversity (Jovens Corações: Abrace a Diversidade).
E a trajetória internacional de Malhação não acabou por aí. No ano passado, a temporada de 2017 do programa venceu a categoria para séries de TV do Emmy Kids Internacional, prêmio dos Estados Unidos voltado para atrações infanto-juvenis.
Representatividade e pioneirismo
Uma das protagonistas da história, Lica (Manoela Aliperti) ficou marcada desde o início pelo jeito rebelde e a defesa ao ‘amor livre’ – a possibilidade de ficar com quantas pessoas quisesse sem medo de rótulos ou retaliações sociais. O grande momento da personagem, porém, deu-se mesmo quando ela se envolveu com Samantha (Giovanna Grígio), abrindo diante do público sua até então velada bissexualidade.
Muito celebrada nas redes sociais, a cena do primeiro beijo entre ‘Limantha’ não apenas ficou marcada como o primeiro beijo gay da história de Malhação, como ainda fez de Lica a primeira protagonista LGBT dos quase 25 anos de exibição do programa.
Sequência a caminho
Malhação: Viva a Diferença fez tanto sucesso que, quando a história originalmente terminou, em março de 2018, os fãs não se contentaram com o que já haviam visto até ali sobre os personagens que tanto amavam. Ciente disso, Cao Hamburger encomendou junto à Globo uma continuação direta da saga, que já está em produção.
Intitulada As Five, a série mostrará o reencontro de Keyla (Gabriela Medvedovski), Tina (Ana Hikari), Lica, Benê (Daphne Bozaski) e Ellen (Heslaine Vieira) dez anos após o fim da atração televisiva. As gravações já foram finalizadas e a estreia deve acontecer no segundo semestre de 2020, exclusivamente dentro da plataforma GloboPlay.