No início de setembro de 2001, a Globo trabalhava a todo vapor nas gravações de sua próxima novela das nove. O Clone já havia sido rodado em Marrocos, principal locação da trama escrita por Glória Perez.
Veja também:
Até que o mundo parou com o atentado do dia 11, que derrubou as Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova Iorque. A autoria do crime foi assumida por um grupo fundamentalista, formado principalmente por muçulmanos e árabes.
Em entrevista divulgada pelo GShow, Jayme Monjardim, diretor de O Clone, contou que o acontecimento mexeu com a equipe da trama, que se perguntava como seria a estreia da novela que fala sobre a cultura muçulmana.
“Na verdade, quando teve o atentado, a novela estrearia umas três semanas depois. Houve todo um cuidado, toda uma preparação. Botamos em dúvida, em algum momento, de como seria lançar a novela. Mas a gente percebeu o quanto era importante ver as pessoas tendo uma imagem correta do mundo muçulmano, e não apenas dessa atrocidade que foi o ataque às Torres Gêmeas”, lembrou.
Para o diretor, o atentado fez com que as pessoas buscassem informações sobre a cultura mulçumana. “Todos queriam saber mais sobre esse universo, sobre a religião… Eu tive muita ajuda da comunidade islâmica, pois a gente queria manter todo o respeito, toda a cultura. Foi um processo de muito aprendizado. ‘O Clone’ trouxe ensinamentos, inclusive para mim, como pessoa. Principalmente quando tive muito contato com o islã. Foi muito importante essa relação que tivemos com essa cultura.”