Galã de antigamente

Hélio Souto: relembre a carreira do Amadeu de Brega & Chique

Ator participou de diversas novelas em várias emissoras entre os anos 1960 e 1990

Publicado em 17/06/2020

Os telespectadores de Brega & Chique no Canal Viva acompanham os suspiros do solteirão Amadeu por sua amada Rosemere (Glória Menezes), que não vê nele mais do que um grande amigo. Nisso, Amadeu acaba por não se abrir para uma relação com Bianca (Bárbara Fazio), louca por ele.

Um dos grandes galãs da teledramaturgia e do cinema brasileiros foi Hélio da Silva Cotê Figueiredo de Almeida Coutinho, ou Hélio Souto, nome artístico desse carioca de porte atlético, intérprete de Amadeu. Nascido em 1929, Hélio estreou no cinema no filme Garota Mineira, lançado em 1950.

Pouco depois, o ator também se iniciou na televisão, participando da novela Helena, que foi a primeira da TV Paulista, em 1952, ao lado de Paulo Goulart e Vera Nunes. Nessa época, ele ganhou um apelido que jamais o incomodou, originado de seu porte físico: “Galã Vitamina”.

Dedicando-se essencialmente ao cinema até o começo dos anos 1960, tendo inclusive vivido o papel-título do bandido Dioguinho num filme, Hélio ingressou na telenovela diária em 1964 com a obscura É Proibido Amar e a muito lembrada A Moça que Veio de Longe, ambas da TV Excelsior.

Raul (Hélio Souto) e Maria Aparecida (Rosamaria Murtinho) em A Moça que Veio de Longe
Raul Hélio Souto e Maria Aparecida Rosamaria Murtinho em A Moça que Veio de Longe Reprodução

Nessa novela de Ivani Ribeiro, baseada em original do argentino Abel Santa Cruz, Hélio viveu o Dr. Raul, filho dos patrões de Maria Aparecida, a humilde empregada interpretada pela atriz Rosamaria Murtinho. O sucesso da novela consagrou o casal.

No decorrer da década de 1960, Hélio Souto alternou trabalhos nas TVs Excelsior e Tupi, com papéis de destaque em O Mestiço, Olhos que Amei, Um Rosto Perdido, Os Irmãos Corsos, Sublime Amor e Super Plá, entre outras, além de ter integrado o elenco de A Grande Mentira, na TV Globo.

Na década de 1970, alguns trabalhos na TV Record, como O Tempo Não Apaga e Vendaval, além de O Espantalho, produção dos Estúdios Silvio Santos, e a volta à TV Globo em 1977, como o Zé Tião de Locomotivas, novela de Cassiano Gabus Mendes, autor de Brega & Chique.

Com Cassiano, velho companheiro dos tempos de Tupi e seu sócio na boate Dobrão, em São Paulo, Hélio Souto fez também Te Contei?, no papel de Pedro. Entre 1978 e 1983 o ator participou de novelas na Tupi, na Bandeirantes e no SBT: Salário Mínimo, Como Salvar Meu Casamento, A Filha do Silêncio e Acorrentada, entre outras.

Entre uma novela e outra, Hélio Souto seguiu participando de filmes. Alguns deles foram Bacalhau (paródia de Tubarão), A Noite das Fêmeas, Já Não se Faz Amor Como Antigamente, O Cinderelo Trapalhão e Mulher Objeto.

Em 1983, outro papel marcante numa novela da Globo: o malandro Nenê Gomalina de Guerra dos Sexos, de Silvio de Abreu. Até 1987, quando viveu Amadeu, Hélio Souto participou de mais duas produções do SBT: Meus Filhos, Minha Vida e Uma Esperança no Ar.

Entre 1988 e 1998, Hélio Souto integrou o elenco de mais algumas produções entre as TVs Manchete, Globo e Bandeirantes, onde fez seu último personagem numa participação especial na primeira fase de Serras Azuis (1998), novela de Ana Maria Moretzsohn produzida pela Band.

Hélio Souto faleceu em 5 de outubro de 2001, aos 72 anos, em decorrência de um enfarte no sítio onde morava, na cidade paulista de Atibaia, para onde se mudara após retirar-se da vida artística.

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