Há sete anos, Marco Luque tentava voo solo com O Formigueiro

Publicado em 25/07/2017

O humorístico CQC, da Band, foi um verdadeiro celeiro de talentos para a televisão. No tempo em que ficou no ar, a atração apresentou ao grande público vários repórteres e/ou humoristas, que seguem carreira na telinha até hoje, dois anos após o fim do programa. Um dos primeiros casos de sucesso foi Danilo Gentili, que se lançou como apresentador no Agora É Tarde e se deu bem. No entanto, antes de Gentili, o primeiro integrante do CQC a fazer o voo solo foi Marco Luque, um de seus apresentadores, que estreou à frente de O Formigueiro em 25 de julho de 2010.

O Formigueiro era a versão nacional de El Hormiguero, um talk show espanhol cujo formato foi trazido para o Brasil pela Eyeworks Cuatro Cabezas, a “dona” do CQC. Como o programa de humor exibido nas noites de segunda-feira da Band apresentava, na época, excelente resultado, a produtora passou a trazer outros formatos para a emissora, tentando agregar mais humor e variedades na programação da rede dos Saad.

Na atração, Marco Luque contracenava com duas formigas, Tana e Jura, dois fantoches manipulados por Allan Benatti e Warley Santana. O conceito do programa era que aquele espaço era um formigueiro, onde tudo podia acontecer. Ali, Marco Luque e suas formigas faziam comentários diversos, sempre com muito humor, e recebiam convidados. Na estreia, Luque recebeu a cantora Claudia Leitte. Nomes como Rita Cadilac. Thaíde, Luiza Possi, Preta Gil, Rafinha Bastos, Marcelo Tas, Dani Calabresa e Rafael Cortez também passaram pelo “formigueiro”.

Marco Luque, então, entrevistava seu convidado da noite, mas não fazia só isso. Como no formigueiro tudo podia, o convidado era sempre submetido a uma série de atividades, que entravam freneticamente ao longo da atração. Entre os quadros, havia o Guia de Sobrevivência, no qual Kerson Formis fazia desafios radicais. Já em Efeito Borboleta, Allan Benati trazia sempre uma engenhoca que funcionava a partir de uma simples ação. Dr. Cido (Kadu Torres) também entrava, trazendo experiências científicas, enquanto Ricardo Malerbi fazia esquetes de mágica.

Com tantos quadros entrando e saindo a cada edição, O Formigueiro não funcionou. O formato simplesmente não conseguia aproveitar o talento cômico de Marco Luque, que passava o tempo todo recebendo uma série de parafernálias no palco. Tampouco seu convidado era aproveitado, já que a entrevista em si era sempre muito curta, e em boa parte das atividades que aconteciam no palco, o entrevistado era apenas um espectador, pouco interagindo com as ações. Ou seja, na prática, ele nem precisava estar ali. Aliás, este formato que tem muita coisa, mas, ao mesmo tempo não apresenta nada, lembra demais o Adnight, da Globo, que também sofre com o excesso de pirotecnia e falta de naturalidade.

O Formigueiro, assim, sofreu com baixos índices de audiência. Inicialmente exibida nas concorridas noites de domingo, a atração apanhou dos pesos-pesados do dia e acabou trocando o seu dia de exibição. Em seus últimos episódios, O Formigueiro era exibido nas tardes de sábado, onde também não decolou. Por conta do parco resultado, a atração acabou cancelada no final daquele ano.

Deste modo, Marco Luque demoraria mais alguns anos para ter seu talento mais bem aproveitado na televisão. A oportunidade veio com o fim do CQC, quando o humorista assinou com a Globo para integrar o elenco do Altas Horas. No programa de Serginho Groisman, Luque conseguiu mostrar o que sabe fazer de melhor: a criação de personagens. Vivendo diversos tipos que contracenam com Groisman, Marco Luque caiu no gosto popular. E, agora, o humorista se prepara para uma nova missão na Globo: reeditar Nerso da Capitinga, personagem de Pedro Bismarck, para a nova versão da Escolinha do Professor Raimundo, cuja terceira temporada estreia em setembro.

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Reveja Claudia Leitte participando de um dos quadros de O Formigueiro:

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