Há cinco anos, Record deixava a Globo de fora dos Jogos Olímpicos de Londres

Publicado em 27/07/2017

No dia 27 de julho de 2012, a Record transmitia, com exclusividade, a abertura dos Jogos Olímpicos de Londres. Pela primeira vez, a Globo ficava de fora da transmissão do maior evento esportivo do mundo, enquanto a Record tentava seu lugar ao sol no segmento.

Tudo começou em 2007, quando a emissora assinou o contrato com o Comitê Olímpico Internacional (COI), garantindo exclusividade pelos Jogos de Inverno de 2010, em Vancouver, e os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. A emissora, por meio de seu presidente Alexandre Raposo, prometia um amplo espaço na programação para os Jogos Olímpicos. “Haverá um envolvimento muito maior dos profissionais, e uma cobertura mais ampla com flashes e grandes transmissões”, declarou ao jornal O Globo, de junho de 2007.

A partir dali, a rede começava a traçar uma estratégia para fortalecer o esporte na emissora, que era praticamente inexistente desde que a Record deixou a parceria com a Globo na transmissão do Campeonato Brasileiro (sim, as redes já foram parceiras). No mesmo ano, já embalada pelo espírito olímpico, a Record começava a esquentar as turbinas, exibido os Jogos Panamericanos do Rio de Janeiro. No entanto, a emissora não conseguiu bons índices de audiência com a transmissão, que também era feita pela Globo e pela Band, e deixou de transmitir várias modalidades, substituindo o evento pelo desenho Pica-Pau. Tal atitude pegou mal e despertou a dúvida do público sobre a capacidade da emissora para a transmissão das Olimpíadas.

Mesmo assim, a Record seguiu adiante no projeto olímpico. Em 2009, lançou o programa Esporte Fantástico, que trazia notícias do esporte e abria espaço para transmissões ao vivo. Apresentada por Mylena Ciribelli, a atração era inicialmente exibida nas manhãs de domingo, para bater de frente com o Esporte Espetacular, da Globo. O confronto não vingou e Esporte Fantástico mudou de dia e horário, passando para as tardes de sábado e, posteriormente, para as manhãs de sábado, onde está até hoje. A jornalista Mylena Ciribelli, que segue apresentando a atração, declarou na época que trocou a Globo pela Record seduzida justamente pela transmissão exclusiva da Olimpíada de 2012.

A imagem da Record junto ao esporte melhorou muito em 2010, quando o canal exibiu os Jogos de Inverno de Vancouver. Vista inicialmente com ressalvas, considerando a evidente falta de tradição do Brasil neste tipo de competição, a transmissão revelou-se um acerto, registrando bons índices de audiência para a emissora e mostrando ao público brasileiro diversas modalidades esportivas pouco conhecidas.

Assim, em 2012, a emissora não economizou na transmissão dos Jogos Olímpicos. Para os trabalhos, a Record mobilizou nomes como Ana Paula Padrão, Paulo Henrique Amorim, Roberta Piza, Heródoto Barbeiro, Mylena Ciribelli, Celso Zucatelli, Maurício Torres, Eder Luiz, Lucas Pereira, Álvaro José, Rafael Ribeiro, Eduardo Vaz e José Eduardo Savóia. A equipe de comentaristas teve o técnico Rene Simões e os ex-atletas Oscar Schmidt, Magic Paula, Maurício Lima, Virna Dias, Robson Caetano, Xuxa, Luíza Parente e Rogério Sampaio. Na época, Ana Paula Padrão chegou a chamar a Record de Globo, ao vivo, numa gafe que ganhou muito destaque na internet.

Os resultados da transmissão, no entanto, foram mais modestos do que o previsto. Segundo o Portal Imprensa, a média das transmissões nos doze primeiros dias de cobertura chegou a 6,3 pontos, enquanto a Globo, exibindo os Jogos de 2008, chegava a registrar média de 14,3 pontos. O site afirmava ainda que, mesmo detendo os direitos exclusivos de transmissão, a Record não conseguiu abrir distância do SBT, que competiu com a emissora na média dos seis pontos.

Mesmo assim, a emissora ficou satisfeita com seu desempenho, informou o jornalista Jorge Félix em sua coluna Poder Econômico, do Portal Ig, em agosto de 2012. Segundo Félix, “a receita publicitária também pode não ter sido lá essas coisas, mas a outra opção seria assistir à concorrência faturar muito mais com a transmissão exclusiva das Olimpíadas, o que derrubaria muito mais a audiência da Record”. Além disso, a emissora considerou que o ganho de imagem obtido foi altamente positivo.

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