Há 30 anos, estreava a novela Carmem

Publicado em 05/10/2017

No dia 05 de outubro de 1987, estreava na Rede Manchete a novela Carmem. A trama marcou a estreia de Gloria Perez e Lucélia Santos na emissora de Adolpho Bloch, ambas vindas da Globo, atendendo chamado de José Wilker, que então respondia pelo núcleo de dramaturgia do canal. Luiz Fernando Carvalho e José Wilker dirigiram a trama.

Carmem (Lucélia Santos) é uma jovem moradora do subúrbio do Rio de Janeiro que quer Ciro (Paulo Betti) para ela a qualquer custo. Mas como Ciro a faz sofrer muito, ela resolve se vingar, fazendo um pacto com uma Pombagira (Neuza Borges) no intuito de destruí-lo. A jovem entrega sua alma à Pombagira em troca de poder, prestígio e o assédio de todos os homens, desde que não se apaixone por nenhum deles. Ao mesmo tempo, o policial militar José (Paulo Gorgulho) é loucamente apaixonado por Carmem, enquanto é amado por Micaela (Júlia Lemmertz).

Após o pacto, a vida de Carmem vira de ponta-cabeça. Isso porque ela passa a ser perseguida por muitos homens, como ela queria, mas muitos deles se tornam agressivos, já que ficam, literalmente, loucos por ela. Ao mesmo tempo, Carmem acaba se apaixonando por Camilo (José Wilker), o que é proibido segundo o pacto, fazendo com que a vida dele caia em desgraça. Carmem se torna alcoólatra, vai para a cama com muitos homens, começa a incorporar a Pombagira e até chega a ser presa. Assim, ela não consegue ser feliz com Camilo, enquanto passa a ser muito perseguida por José, que fica obcecado por ela. Enquanto isso, Ciro, o homem de quem Carmem queria se vingar, realmente se dá muito mal: leva um tiro, quase morre e passa a sofrer por Carmem.

Para escrever Carmem, a autora Gloria Perez se baseou no conto de Merimée e Bizet. A novelista já se mostrava como uma autora antenada, trazendo em seu folhetim a vontade de colocar luz diante de um assunto obscuro. Em Carmem, Perez falou sobre a Aids, num momento em que a doença era uma novidade e aparecia bastante carregada em preconceito. O vírus HIV foi mostrado através da personagem Rosimar (Theresa Amayo), infectada quando fez uma transfusão de sangue.

Uma curiosidade da novela foi a participação especial de Silvio Santos, nesta época já à frente do SBT. O apresentador apareceu quando a personagem Creuza (Bia Sion) foi participar do programa Namoro na TV, de Silvio, querendo arrumar um namorado. A trama contou ainda com a participação do diretor teatral Maurice Vaneau, vivendo o polêmico Dr. Junot, um poderoso empresário casado que ocultava sua homossexualidade.

Segundo o site Teledramaturgia, Gloria Perez afirmou que foi em Carmem a cena mais absurda que ela já escreveu. Uma matéria da Folha de S. Paulo informou que a autora revelou isso ao programa Por Trás da Fama, do Multishow, em 2006. “É a própria Glória Perez quem conta a cena e ri: em Carmem, de sua autoria, um casal briga; a mulher saca um revólver e dispara seis vezes contra o marido; acaba o capítulo; no episódio seguinte, o telespectador fica sabendo que a moça ‘conseguiu’, a menos de um metro do rapaz, errar todos os tiros!”, diz a matéria de Laura Mattos.

Carmem teve 180 capítulos, exibidos entre outubro de 1987 e maio de 1988. Foi reprisada num compacto de 70 capítulos, em 1990, na faixa das 13 horas.

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Veja a cena em que Carmem faz um pacto com a Pombagira:

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