Há 18 anos, Band lançava as sitcoms A Guerra dos Pintos e Santo de Casa

Publicado em 13/06/2017

No dia 13 de junho de 1999, a Band colocava no ar um dos seus mais ambiciosos projetos de teledramaturgia, com a estreia das sitcoms brasileiras A Guerra dos Pintos e Santo de Casa. Os dois programas eram exibidos nas noites de domingo e foram frutos de uma parceria entre a Band e a Columbia TriStar International Television, no intuito de produzir e exibir adaptações de séries estadunidenses com produção e elenco nacionais.

A Guerra dos Pintos foi a primeira a estrear, às 20 horas. Era a versão brasileira da comédia Married… with Children, um grande sucesso da televisão americana, e que já tinha sido exibida pela própria Band anos antes, com o nome Um Amor de Família. A série era protagonizada por Zé Pinto (Henrique Stroeter), que trabalhava como atendente de uma sapataria. Zé era um homem de discurso machista, mas, em casa, era dominado pela esposa Neide (Esther Lacava), e pelo casal de filhos adolescentes (Roberta Porto e Ricardo Gadelha).

Santo de Casa era exibida em seguida, às 20h30. Tratava-se da adaptação brasileira de Who’s the Boss?, comédia americana protagonizada por um ex-jogador de beisebol que vai trabalhar como “empregado doméstico” na casa de uma mãe solteira. Na versão nacional, o protagonista era Kiko (Daniel Boaventura), que era jogador de futebol, e se torna funcionário da casa de Laura (Regina Remencius), uma executiva bem-sucedida que não tem tempo para as tarefas do lar. Laura vive com a mãe Gigi, personagem de Ana Lucia Torre (o maior destaque da série, diga-se), e um filho pequeno, enquanto Kiko leva a filha pré-adolescente para viver com ele na casa da executiva. Os dois logo se sentem atraídos e a série tratava também da tensão sexual existente entre o casal.

As duas séries faziam parte de um projeto ambicioso da Band, que queria fomentar a sua teledramaturgia, mas realizar produções que fossem uma alternativa às novelas. Por isso, ela fechou um acordo com a Columbia TriStar International Television, produtora internacional que já vinha adaptando e realizando seriados em mais de 15 países naquela época. A Columbia e a Band dividiram igualmente os US$ 8 milhões de investimento na implantação de um núcleo de produção de sitcoms, realizando 52 episódios de cada série.

A ideia da Band era investir pesado em comédias nacionais com a Columbia. A previsão era lançar, inicialmente, A Guerra dos Pintos e Santo de Casa e, depois, lançar outras duas novas séries no ano seguinte. A meta da emissora era aumentar, aos poucos, a produção, para exibir sitcoms todos os dias, sendo dois programas por dia, no mesmo horário das novelas da Globo. “As novelas ficam se repetindo indefinidamente, contando a mesma história. Está na hora de alguma coisa diferente ser feita, de procurar saídas”, declarou Johnny Saad à Folha de S. Paulo do dia 13 de junho de 1999.

A Guerra dos Pintos e Santo de Casa estrearam com algum atraso, em razão de um incêndio nos estúdios do Polo de Cinema e Vídeo, no Rio de Janeiro, que destruiu os cenários das séries. Assim, as gravações foram interrompidas e emissora e produtora tiveram que arcar, de cara, com um prejuízo de R$ 500 mil, além da perda dos cenários e equipamentos. Solucionados os empecilhos, as séries entraram no ar registrando 4 pontos no Ibope, resultado que não era ruim para os padrões do canal, ainda mais numa noite de domingo. No entanto, o canal esperava que as produções alcançassem o dobro disso, o que não aconteceu. Pelo contrário: o Ibope foi caindo, chegando ao mísero 1 ponto.

Tempos depois, as comédias foram transferidas para as noites de sábado, onde também não foram muito bem, e acabaram saindo do ar no final de 1999, ainda longe da marca dos 52 episódios previstos. Por isso, a Band acabou abortando o projeto, que chegou a considerar, até, fazer uma versão nacional de Friends.

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Veja a chamada de um dos episódios de Santo de Casa:

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