Quem acompanha Nos Tempos do Imperador, a novela das 18h da Globo, sabe que Solano López (Roberto Birindelli) está prestes a voltar ao Brasil para ameaçar o país e, do mesmo modo, Dom Pedro II (Selton Mello). Na ficção, o ditador paraguaio está em conluio com o vilão da história, Tonico Rocha (Alexandre Nero).
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A novela ainda dá a entender que Solano tem sede de vingança de Pedro por não ter conseguido se tornar marido de Isabel (Giulia Gayoso) e essa foi uma das motivações para a Guerra do Paraguai. Segundo relatos de Charles Ames Washburn, embaixador americano no Paraguai, isso realmente ocorreu na história real, apesar de outros estudiosos confrontarem a ideia.
A guerra
Sendo por conta da mão de Isabel ou não, a Guerra do Paraguai, liderada por Lopez, ocorreu mesmo e marcou a história como o maior conflito e o mais sangrento da América do Sul. Ela também foi responsável por reconfigurar o mapa da região. Nesse caso, o Brasil se aliou à Argentina e ao Uruguai, formando a chamada Tríplice Aliança.
Um vídeo produzido pela BBC afirma que o verdadeiro estopim para a guerra teria sido disputa por saídas ao mar e brigas de alianças políticas internas do Uruguai: o partido Branco, este aliado de Solano López, e o Colorado, que recebeu apoio do Brasil.
Nessa briga, Lopez juntou suas tropas, capturou um barco mercante brasileiro e seus aliados conseguiram invadir o Brasil pelo Mato Grosso, estado que era disputado pelo governo de Pedro II e o Paraguai. Não demorou muito para que os soldados argentinos entrassem na história para fortalecer o lado brasileiro.
Grandes potências militares, o Brasil e Argentina saíram na frente. Pouco a pouco, os soldados paraguaios foram sentindo o impacto da força dos rivais e a Guerra, que no início foi bem vista pela população do Paraguai, tornou-se impopular por conta do número assustador de mortes que só crescia.
Solano López sanguinário
Há registros históricos que dizem que Solano López não somente não cessou a os conflitos armados, como também incentivou a sociedade civil (até mesmo crianças) a ingressar nos combates. Em um deles, 3.500 menores paraguaios morreram ao enfrentar soldados brasileiros.
Quando a guerra se encaminhava para seu fim, Solano López passou a ser ‘caçado’ pelas tropas brasileiras lideradas pelo general José Antônio Correia da Câmara até ser capturado e morto. Teria sido a esposa dele, Elisa Lynch (vivida Lana Rhodes na novela), quem cavou a sepultura e enterrou o marido.
A Guerra do Paraguai terminou em 1870 e, de fato, o país que dá nome ao triste evento foi o que mais sofreu com a perda de sua população, estimando-se 280 mil mortes. Frequentemente o termo ‘genocídio‘ é relacionado à atuação de López no conflito. Além disso, teve seu território quase que completamente devastado e parte dele entregue ao Brasil e à Argentina.
O governo brasileiro contabilizou 50 mil mortos e uma expressiva crise financeira, pois foi preciso empréstimos com bancos europeus para financiar armamentos. A partir daí, a monarquia começou a minguar.
Banho de sangue na novela
Os conflitos, que se iniciaram em 1864, serão retratados no folhetim de Thereza Falcão e Alessandro Marson. Por ora, o público pode conferir a rixa entre López e Pedro II, reacendida ainda mais pelo deputado corrupto Tonico.
Porém, de acordo com o próprio Roberto Birindelli, que interpreta o ditador, as cenas que mostrarão em breve os embates entre as tropas militares foram captadas no auge da pandemia. Desse modo, foi necessário muito trabalho das equipes de computação gráfica para dar o tom real às imagens.
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