Governo pune Aqui na Band por musical de Jojo Toddynho e cobertura do Caso Neymar

Publicado em 27/06/2019

O programa matinal Aqui na Band, apresentado por Luís Ernesto Lacombe e Silvia Poppovic, foi reclassificado pelo Ministério da Justiça por conta de duas atrações consideradas normais em outros programas do gênero: apresentação musical e cobertura jornalística.

No caso, o programa passou a ostentar o selo “não recomendado para menores de 12 anos” pela sua cobertura do Caso Neymar e por um musical estrelado pela funkeira Jojo Toddynho.

Um documento obtido pelo Observatório da Televisão detalha a ação do Departamento de Promoção de Políticas de Justiça (DPJUS), departamento que é responsável pela Classificação Indicativa. Segundo o documento, o Aqui na Band infringiu a classificação livre, que lhe era atribuída, com vários agravantes, nos dias 29 de maio e 3 de junho.

No despacho, o relatório de monitoramento do programa diz que no dia 29 de maio, Jojo Toddynho cantou a música Joga Sem Parar. O DPJUS relata que foram exibidas cenas do clipe da canção no telão, que focava no bumbum das dançarinas. Além disso, foi exibido um homem com um copo de vinho na mão. Para o departamento, o fato configurou “consumo insinuado de droga lícita” e “apelo sexual”.

Todavia, o Departamento também implicou com a letra da canção de Jojo. Foram descritos versos da música considerados apelativos, como o refrão, que diz que “baile de favela é fo**. É um tal de senta senta, é um tal de bota bota“.

Contudo, o Departamento afirma que a canção foi exibida na íntegra e sem cortes nos palavrões, o que não pode acontecer.

Conversas picantes de Neymar prejudicou Aqui na Band

Pai de Neymar no Aqui na Band
Pai de Neymar no Aqui na Band (Reprodução)

As conversas picantes do jogador Neymar com Najila Trindade, modelo que o acusa de estupro, também foram considerados primordiais para a nova classificação indicativa do Aqui na Band. O DPJUS afirmou que houve “descrição de violência e linguagem de cunho sexual”.

Para o departamento, na entrevista com o pai do jogador Neymar, a linguagem usada não foi adequadas. Todas as conversas foram regadas a detalhes do que teria ocorrido entre Najila e Neymar.

Entretanto, com a recorrente cobertura do caso do jogador, que dura até hoje, o relatório final do DPJUS recomentou o selo +12. Nele, o DPJUS diz que o programa não mediu o que poderia ser dito com detalhes sobre o caso na atração, exibida das 9h às 11h.

Contudo, o Departamento diz: “Apesar de parte do programa se dedicar a variedades mais brandas, como tópicos relacionados a saúde, culinária e moda, os insertos jornalísticos não se limitam à suavidade dos demais blocos, expondo de maneira minuciosa as informações relativas a crimes violentos”.

O relatório continua: “Já a linguagem imprópria permeia outros blocos do programa, seja por meio da menção a atividades sexuais, até mesmo para fins jocosos, como pelo uso de palavras de baixo calão para fins ofensivos. Diante do exposto, sugere-se classificação indicativa de ‘Não recomendado para menores de 12 anos'”.

Nos bastidores da Band, a classificação foi considerada exagerada. A explicação é que programas ao vivo e do mesmo gênero tem atrações semelhantes e não receberam um selo alto. A emissora já o adota em suas exibições. Todavia, procurada, a Band não comentou sobre o caso.

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