Globo Repórter retrata a difícil profissão de catador de lixo

Publicado em 28/04/2017

O ‘Globo Repórter’ desta sexta-feira, dia 28, conta a história de catadores e recicladores no Brasil. Uma profissão reconhecida pelo Ministério do Trabalho, que faz a indústria da reciclagem funcionar, mas que sofre muito preconceito. O repórter Pedro Bassan percorre as ruas do Brasil para acompanhar pessoas que passam o dia recolhendo materiais em troca de algum dinheiro.

Em São Paulo, Bassan conhece Sérgio da Silva Bispo. Depois de 10 anos dormindo pelas ruas da capital catando lixo, Bispo agora trabalha motorizado. De carro e com muito planejamento, a sua coleta cresceu e se profissionalizou. “Não só faço a coleta seletiva, mas a gestão de resíduo. Levo, peso, mando relatório. Quando o resíduo não é reciclável, encaminho para o destino correto”, explica. Ele foi abandonado pelos pais, nunca frequentou escola, mas venceu na vida como catador. Hoje frequenta um colégio de classe alta paulistana onde dá palestra sobre reciclagem. E nessa oportunidade desperta nos jovens a importância sobre o seu trabalho. “Agora, toda vez que eu jogo algo no lixo, penso que tem alguém trabalhando para fazer com que tudo isso aconteça”, conta o aluno Philip Weaver.

É Bispo quem empresta um carrinho para que Pedro Bassan experimente, por um dia, a rotina de catador. Não demora muito para ele perceber o quão difícil é o trabalho desses profissionais. “Comecei a sentir medo de bater no trânsito, de ser atropelado, de não ter forças para subir e descer as ladeiras”, conta Bassan. Esse é o desafio diário de Fabiana, que anda muitos quilômetros por dia carregando o filho de 8 anos no carrinho. Quando não está na escola, o garoto acompanha a mãe no trabalho. Um pesquisador da UNIFESP monitora o esforço de Fabiana, instalando um aparelho para medir a quantidade de passos dados por ela.

O ‘Globo Repórter’ vai também a Brasília, capital do país, para mostrar outro título da cidade: o de possuir o maior lixão da América Latina. São 35 milhões de toneladas acumuladas desde a construção da cidade. Homens, mulheres, jovens e idosos se esforçam muito por cada centavo. Pedro Bassan conhece Lucia e D. Raimunda, a mais antiga do lixão. Aos 60 anos, ela se orgulha de poder pagar a faculdade de administração para o filho. Já Lucia sustenta os quatro filhos há 17 anos revirando lixo. Conta que a rotina não é fácil. No primeiro dia, saiu com apenas R$ 1,50. No segundo, com R$ 5, com os quais comprou pão e leite. Mas já teve dia de sair do lixão com R$ 300, já que a renda varia de acordo com o valor do material encontrado. Hoje, ela é presidente de uma cooperativa de catadores e tem casa própria em Luziânia, em Goiás. Por causa do trabalho, só vê a família no fim de semana. Os filhos, que nunca pisaram no lixão, têm orgulho da mãe.

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