Paralisação

Funcionários da Globo vão parar atividades nesta sexta e podem entrar em Estado de Greve

Sindicato aponta três prontos de protesto contra a Globo

Publicado em 09/01/2020

Funcionários da Globo em São Paulo decidiram fazer uma paralisação nesta sexta-feira (10) em protesto contra medidas recentes da emissora carioca, que fazem parte do projeto de unificação de várias empresas do Grupo Globo, o Uma Só Globo. Os principais pontos do protesto são o rebaixamento do plano de saúde dos funcionários, passando por negociações no controverso plano de divisão dos lucros (PLR), além da campanha salarial que está faz dois anos travada no sindicatos dos patrões e demissões em diverso setores.

Um estado de Greve pode ser decretado, diz o diretor responsável pela Globo no Sindicato dos Radialistas de São Paulo, Josué Ramos, em entrevista exclusiva ao Observatório da Televisão. Caso isso ocorra, o Sindicato dá um prazo para negociar com os patrões as suas reivindicações. Caso ele não seja cumprido, todos os setores da emissora podem parar num futuro próximo.

“A decisão de paralisação foi dos trabalhadores. O Sindicato como representante desses trabalhadores, se coloca a disposição para apoiar, organizar e representar os trabalhadores numa eventual negociação com a empresa. O ato amanhã na porta da emissora, tem o caráter de decidir pelo estado de greve e qual a pauta que nós discutiremos na negociação”, afirmou Josué.

O ponto que mais incomoda nesse sentido é a troca de plano de saúde, ocorrida recentemente. Os funcionários alegam que houve rebaixamento do plano sem que fossem consultados. “Temos a questão do rebaixamento do plano de saúde, que nós entendemos como uma alteração do contrato de trabalho e que portanto a empresa não poderia fazer sem antes negociar com os sindicatos que representam os trabalhadores”, afirma Josué.

Profissionais da Globo também irão protestar por PLR e Campanha Salarial emperrada

Outros pontos da paralisação, e estes considerados mais graves, são a participação nos lucros da empresa nos últimos anos. “A outra questão é o PLR que a empresa tentou empurrar goela abaixo dos trabalhadores sem abrir uma negociação, nos apresentou uma proposta na qual não tínhamos o direito de fazer qualquer alteração e os pontos que nós questionamos não foram atendidos”, afirma o sindicalista.

“Temos também a questão da Campanha Salarial que a Globo travou no sindicato patronal, estamos a 2 anos sem assinar uma nova convenção coletiva”, conclui ele. O sindicalista informou que as duas entradas da Globo em São Paulo, localizada em Berrini, zona sul da capital paulista, serão bloqueadas.

Procurada pelo Observatório da Televisão, a Comunicação da Globo enviou a seguinte nota para a reportagem. “Como parte dos processos de busca de eficiência e evolução constante, a Globo dedicou os últimos 13 meses a estudar os pacotes de benefícios oferecidos pelas grandes empresas. E, em linha com as melhores práticas do mercado, fez alguns ajustes no seu plano de saúde para continuar oferecendo umas das mais abrangentes coberturas. A Globo está segura de ter chegado num modelo que resguarda o cuidado que historicamente tem com seus funcionários e familiares. E todo esse processo vem sendo conduzido de maneira transparente, sempre ouvindo e respeitando os funcionários e disponibilizando equipes e plantões para que as dúvidas sejam esclarecidas”, afirma a nota.

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