Representatividade

Finalista do The Circle Brasil fala sobre experiência com o reality

Manauara comemorou o fato de duas mulheres negras chegarem à final

Publicado em 03/04/2020

No último mês de março, a Netflix estreou em seu catálogo, o The Circle Brasilversão brasileira do reality show que é sucesso garantido nos Estados Unidos e Reino Unido.

A atração tem o objetivo de testar a popularidade de seus participantes dentro de uma plataforma digital. Nove participantes disputam um prêmio de R$ 300 mil em total confinamento, cada um vivendo em um apartamento do mesmo prédio.

Diferente de formatos conhecidos por aqui, como BBB ou A Fazenda, os integrantes do programa não convivem em um único espaço físico, mas se comunicam por meio de uma espécie de rede social chamada de ‘Circle’.

Por conta disso, os participantes tiveram que improvisar em diversos momentos, além de contribuírem para não deixar a personalidade forte falar mais alto todo o tempo.

Em entrevista ao UOLRay (Rayssa Santos), vice-campeã do reality, falou sobre a experiência na disputa e avaliou a personagem que criou no confinamento.

O segredo foi alimentar um personagem maluco. Uma criatura que não era eu de verdade. Consegui ser intensa ao extremo, fazer as pessoas sentirem amor e ódio por mim ao mesmo tempo. Minha sede de vitória era maior que qualquer outra coisa“, confessou a manauara, que contou, ainda, o que mudaria caso voltasse à competição.

“Tentaria passar uma imagem mais limpa para as pessoas, para não pensarem que estava ali totalmente ambiciosa e jogadora. Tentaria ser mais humana.”

Fui o monstrinho da edição, mas me orgulho disso. Se eu fosse um cavalo de corrida, as pessoas não apostariam um centavo em mim, mas eu corro muito e sempre chego onde quero”, disse.

Amor e Ódio

A influencer contou também que recebeu mensagens carinhosas de seguidores de Portugal, Espanha e Itália, mas não negou o contato frequente dos haters.

“As pessoas estão aproveitando a quarentena para nos assistir. Ter esse feedback é sensacional. Eles querem nos conhecer de verdade, saber da nossa vida. O assédio na internet é real. Isso para mim é maravilhoso.”

“Consegui o auge da minha vida. Alguns me chamam de falsa, de cobra, eu fico mordida. Não vou mentir para você, já chorei muito recebendo essas mensagens“, detalhou.

Representatividade e planos

O programa uniu na final duas mulheres negras, feito que mostra a importância da representatividade no Brasil, como declarou Ray.

A questão da representatividade para mim é muito importante. Levantei muito a bandeira do meu estado. Sou uma manauara atípica porque eu sou negra, cacheada e as pessoas aqui tem o sangue indígena, a marca da terra“, disse.

Rainha da bateria de uma escola de samba da capital do Amazonas, Ray garantiu que o próximo passo em sua carreira é chegar a desfilar na Marquês de Sapucaí, durante o Carnaval do Rio, além de poder participar de outro reality.

É um momento de oportunidades. Quero abraçar tudo que aparecer. Fui criada para participar de reality. Se eu tivesse em outro programa, ia com mais tempero ainda. O que dá audiência é isso. Aceitaria tudo. Onde é que assina para entrar?”.

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