Feminicídio é tema do Profissão Repórter desta semana

Publicado em 04/10/2017

No Brasil, a taxa de feminicídios é de 4,8 para 100 mil mulheres – a quinta maior no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O crime de ódio baseado no gênero, amplamente definido como assassinato de mulheres, é o tema do Profissão Repórter desta quarta-feira, dia 4. “É importante falar sobre isso porque muita gente não sabe o que é feminicídio. O programa é bem didático para que as pessoas entendam o que é, como conseguir identificar e fazer a denúncia”, explica a repórter Monique Evelle.

Acompanhada por Caco Barcellos, Monique vai até o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, em São Paulo, para entrevistar um jovem condenado por estrangular a namorada de 18 anos. “Ele foi denunciado pelo próprio pai. A gente conversou tanto com esse pai, quanto com a família da vítima e também com o jovem, que contou tudo o que aconteceu”, diz Monique, que nunca havia entrado em um presídio. “Foi muito difícil encarar a situação. Não só como defensora da causa, mas como mulher, porque poderia ter sido eu”, confessa.

A edição também conhece a família da veterinária Telma, morta a tiros pelo marido. Em entrevista à repórter Nathalia Tavolieri, durante o velório, os familiares disseram que Telma nunca denunciou as agressões que sofria à polícia. “Ela podia ter vindo embora, mas acho que ela gostava dele”, conta o padrinho da vítima. “Todos nós, como família, falamos: vem embora, larga tudo!” Ela dizia: ‘Não posso, a minha filha está na escola, vou esperar até o final no ano’”. Para Nathalia, o tema chama a atenção pelo descaso da sociedade: “Enquanto fazia a matéria, ouvi de muitas pessoas que o assunto era frescura. Acredito que as pessoas acham que é uma situação normal ver briga de casal, mas poucos levam a sério o que isso pode resultar”.

Já o repórter Estevan Muniz explica o que caracteriza o crime de feminicídio e acompanha o julgamento de um caso em Caucaia, no Ceará. Segundo a reportagem, Samyla foi morta aos 19 anos pelo marido, depois de ficar cerca de um mês fazendo os serviços domésticos com uma arma apontada na cabeça. “O crime foi motivado por ciúmes. Depois de ser agredida várias vezes, ela decidiu deixá-lo e levou seis tiros, quase na presença do filho, de cinco anos”, diz Estevan, que também entrevistou a mãe da vítima.

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