Emoções

Felipe Simas vive mocinho que vai arriscar a vida em Salve-se Quem Puder: “Sem querer nada em troca”

Ator chamou a novela de leve, sem perder a profundidade

Publicado em 17/01/2020

No próximo dia 27 de janeiro, estreia, na TV Globo, a nova novela das 19h. Criada e escrita por Daniel Ortiz, Salve-Se Quem Puder contará com diversos nomes conhecidos no elenco. Entre os principais, estará Felipe Simas, que participa de sua terceira novela na faixa na pele de Téo Santamarina.

O personagem, que será filho de Hugo (Leopoldo Pacheco) e enteado de Helena (Flávia Alessandra) vai sofrer um acidente após salvar a vida de Luna/Fiona (Juliana Paiva), por quem acabará se apaixonando.

Em entrevista ao Observatório da TV, Felipe Simas falou sobre o personagem na novela, a qual classificou como leve sem perder a profundidade dos relacionamentos, carreira, chegada do novo filho, maturidade e funções como pai. Confira:

Conte sobre o personagem Téo Santamarina.

“Ele salva a personagem da Juliana (Paiva) e acaba se ferrando, mas quando existe uma ideia acima da nossa própria, tem um porquê. Por mais que ele tenha se ferrado da coluna, ele salvou uma vida e uma vida vale mais que uma coluna ao meu ver e ao ver do Téo também. Ele é uma pessoa que se arrisca mesmo sem saber por quem, o que eu acho ótimo. Ele é um pouco teimoso, cabeça dura, mas eu acho que isso é importante também, porque quando você acredita em alguma coisa, você não pode abrir mão dessa ideia, então já tenho aprendido bastante com o Téo. Acho que ele faz coisas interessantes. Às vezes ele prorroga um pouco as escolhas, mas como tudo na vida, chega um tempo que ele não precisa fazer e ele acredita nas escolhas dele, é aquela pessoa que se dedica às outras sem querer nada em troca e até mesmo podendo se dar mal”

Como está sendo pra você emendar trabalho e lidar com a chegada do terceiro filho?

“O Vicente está pra chegar agora. Enquanto a gente vai gravando, ele chega em março ou final de fevereiro. Este processo é uma escolha profissional que foi muito clara comigo desde o inicio. Eu talvez não esteja trabalhando sempre, mas quando estiver eu preciso da minha dedicação inteira ao trabalho e a Mari (esposa) compreende isso. Quando eu tô em casa, eu ajudo, mas quando eu não tô, ela segura a onda, segura a barra. A gente vai levando até o dia que se não der mais, vou falar ‘Por favor, preciso de um tempo’, mas por enquanto tá dando e eu tô feliz da vida.”

Recentemente, você participou da série ‘Segunda Chamada’ como Douglas e foi muito bem elogiado pelo público e pela crítica. A que você atribui o sucesso da série?

“Eu acho que é reconhecimento do trabalho. O trabalho foi feito com muita entrega, de coração, até com dificuldade pela dificuldade que é tratar esse tema (sala de aula). Eu acho que as escolhas da direção foram lindas, o texto maravilhoso e os atores entravam em cena sabendo que a cena podia ir pra qualquer lugar, então eles estavam disponíveis e dispostos a abrir mão até das próprias criações artísticas em prol do trabalho.”

Os autores de Bom Sucesso reviveram a Elisa (Marina Ruy Barbosa) e ela citou seu personagem em Totalmente Demais. Você gostaria de ter participado junto com ela?

“Eu acho que não dava mais, porque eu estava sem vaga, mas toparia. O Jonatas marcou minha vida, sem dúvidas. Foi a primeira vez que eu fiz uma novela. Estava vindo de Malhação, que é uma outra estrutura de teledramaturgia e com ele aprendi muito, até como me relacionar aqui dentro da Globo. Entendi o que essa empresa representa. Quando saía de casa, olhava as pessoas que comentavam comigo. Eu entendi que a gente falava diretamente com as pessoa, todos os dias que elas ligam a TV, então, aprendi a entregar minha vida sempre que eu estiver falando com essas pessoas, entregar meu coração o máximo que eu puder.”

Apesar da pouca idade, você aparenta ser bastante maduro. Isso veio com os filhos ou sempre foi assim?

“Eu venho de uma linha – eu era jogador de futebol – que precisa de muita disciplina, então eu acabei transmitindo isso pra arte da atuação. Hoje, acho que com 26 anos talvez eu pense diferente do que um cara de 26 anos pense, afinal já tenho três filhos, então são coisas que ocupam minha mente, que se eu não tivesse talvez não me preocuparia, mas são escolhas. A gente escolheu ter filhos, a gente escolheu viver como a gente vive e eu sou grato por isso.”

Como seus filhos receberam a notícia da chegada de mais um filho?

“Confesso que o Joaquim ficou meio abalado. Ele falou ‘Pai, mais um neném pra brincar com meus brinquedos, pra derrubar minha fazenda – que ele constrói com brinquedos’, mas a gente vai introduzindo que ninguém nasce sozinho, então quanto mais cedo ensinar a saber compartilhar mais cedo vai ser a interação com a sociedade.”

Qual foi o maior ensinamento que aprendeu durante sua carreira?

“Talvez seja tratar todos iguais. Ainda mais aqui dentro da Globo. A hora que a gente entra aqui , a gente tem que ser igual com todas as pessoas que trabalham aqui dentro. Todos vestem a mesma camisa, estão aqui pra executar um trabalho, mas acima de tudo, todo mundo aqui é uma pessoa antes de trabalhador, então é olhar todos com os mesmos olhos”.

Você sempre rouba a cena, pode ser um papel pequeno. Isso se deve ao seu carisma e à determinação por não estar só brincando?

“Eu acho que a gente está ali brincando, mas é uma brincadeira séria. A gente se dedica fora de cena pra poder chegar em cena e brincar sem essa pressão. E também, a atuação é muito divertida. Se não existir essa diversão de estar em cena, não tem por que. É melhor escolher outra profissão. Eu brinco que a liberdade não é fazer qualquer coisa. A liberdade vem da disciplina, de treinar muito e chegar em cena e estar livre pra fazer o que você quiser”.

Como é criar filhos homens em um universo totalmente machista e uma menina neste universo machista também?

“A gente brinca lá em casa quando o Joaquim cai, a gente fala ‘levanta e segue o jogo’. Quando a Maria cai, a gente faz a mesma coisa. Óbvio, cada um tem sua personalidade. Eu vejo o Joaquim muito mais sensível, a Maria já é mais dura. Ele, se você falar sério com ele, ele sente mais que a Maria. Tem que respeitar a individualidade. Cada época tem sua educação. Eles estão em uma fase que está tudo igual e continuará sendo. Quando chegar numa idade que tiver que falar sobre diferenças sexuais, essas coisas, a gente fala, mas por enquanto não vemos necessidade.”

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