Executivo da empresa Torneos y Competencias, da Argentina, que negociava direitos de TV de torneios da Conmebol como Copa Libertadores, Copa América, Copa Sul-Americana, entre outros, Alejandro Burzaco acusou a Globo de pagar propina para ter prioridade nas negociações.
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Em depoimento para a Justiça de Nova York, Alejandro disse que ele próprio pagou propina para mandatários do nosso futebol, como Ricardo Teixeira, José Maria Marim e Marco Polo Del Nero, este último atual presidente da CBF.
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Alejandro comentou que fez parcerias com várias empresas de mídia do mundo por causa dos direitos de TV, citando, entre elas, a Globo. A Media Pro, da Espanha, o Fox Sports dos Estados Unidos, e a Televisa (Mexico) também foram citadas como as que teriam pago propina para terem prioridade nas negociações de direitos de transmissão.
Duas empresas de intermediação, a Traffic, do Brasil, a Full Play, da Argentina, também teriam pago propina para Alejandro para intermediarem as negociações de tiais direitos de TV.
O depoimento de Alejandro foi dado no processo que José Maria Marim, ex-presidente da CBF, está sendo julgado no Tribunal Federal do Brooklyn. Ele está em prisão domiciliar desde 2015 nos Estados Unidos.
Alejando não deu maiores detalhes de como a negociação da propina era feita. Segundo ele, apenas a Fox Latin America ficava ciente do pagamento de propina para contratos.
Em um extenso comunicado, a Globo negou de forma veemente que pague propina para ter direitos de transmissão. Veja ele na íntegra:
“Sobre depoimento ocorrido em Nova York, no julgamento do caso Fifa pela Justiça dos Estados Unidos, o Grupo Globo afirma veementemente que não pratica nem tolera qualquer pagamento de propina. Esclarece que após mais de dois anos de investigação não é parte nos processos que correm na justiça americana.
Em suas amplas investigações internas, apurou que jamais realizou pagamentos que não os previstos nos contratos. Por outro lado, o Grupo Globo se colocará plenamente à disposição das autoridades americanas para que tudo seja esclarecido.
Para a Globo, isso é uma questão de honra. Não seria diferente, mas é fundamental garantir aos leitores, ouvintes e espectadores do Grupo Globo de que o noticiário a respeito será divulgado com a transparência que o jornalismo exige”.