A atriz Karina Barum, conhecida por personagens na TV aberta entre os anos 1990 e 2000, retorna à teledramaturgia após uma década dedicada à vida pessoal. Ela dará vida à antagonista na série de época A3, com roteiro e direção de Beto Ribeiro e produção da Medialand. Com estreia prevista para 2020 no canal por assinatura Prime Box Brazil, a obra ficcional gira em torno dos principais tabus femininos da classe média paulistana.
Veja também:
A3 se passa entre dois momentos: de 1927 a 1958. Seu sugestivo nome, na verdade, indica as múltiplas visões de diferentes personagens sobre os mesmos temas. Casamento, desquite e machismo são alguns dos pudores que Dona Adalgisa (Karina Barum) enfrentará. Viúva de Rodolfo, a moradora da Santa Cecília, bairro da capital de São Paulo, vive em prol da felicidade do filho, Rogério (Tom Muszkat), ou, pelo menos que ela julga que ele merece ter.
“É a típica matriarca que renega o progresso social para preservar o seu mundo particular, fazendo de tudo para que ele continue intocável. Mesmo que para isso tenha de criar fantasias com regras morais rígidas a serem respeitadas”, define a atriz sobre sua personagem. O patriarca da família Rodolfo é interpretado por Murilo Meola.
Junto a sua melhor amiga, Tia Vitória (Cristina Bonna), Dona Adalgisa tenta controlar a vida amorosa do filho pelas suas costas. Especialmente, para afastar Ermelinda (Giovanna Siqueira), a bastarda do bairro, que vê em seu melhor amigo, Rogério, um amor impossível. O filho de Rodolfo não gosta de mulheres e vive romance escondido com Alvaro (Michel Waisman), o irmão de consideração de Ermelinda. Se a mãe sabe da verdadeira personalidade do filho? Isso pouco importa, quando Rogério chega com Tatiana (Dani Fernandes), a noiva perfeita para o porta-retrato da família.
Mentiras sinceras sempre são bem-vindas. Ainda mais agora que um personagem misterioso, o Enforcador, resolveu matar homens, digamos, estranhos, que se encontram à noite pelos becos dos desviados. E o mais estranho é que a primeira vítima que aparece enforcado pelo próprio cinto é Escobar (Arthur Rangel), antigo amigo de Rogério dos tempos de internato. A série ‘A3’ está sendo filmada em set na capital paulista com locações externas que incluem parques públicos da cidade. A produção executiva e arte é de Carla Albuquerque, com fotografia de Marcelo Rocha.
A obra ficcional ‘A3’ é baseada na autorreflexão do seu autor e na sua crença sobre o progresso social. “Debatia o quanto uma mesma história tem várias verdades a depender de quem a conta. O passo seguinte foi transpor isso em série. A produção de época mostra a evolução de algumas conquistas recentes. Até 1977, casais que desejavam se separar eram obrigados a manter o matrimonio por lei. Antes disso, a partir de 1950, a Europa se reconstruía do pós-guerra e Getúlio Vargas se suicidava. Neste contexto, a classe média brasileira se vê obrigada a evoluir. Isso resiste ainda aos dias atuais”, explica.
Membro do Emmy Internacional, Beto Ribeiro é escritor e produtor executivo, além de diretor e roteirista. Seus trabalhos de maior repercussão incluem séries documentais (Investigação Criminal, Anatomia do Crime, Geeks e Geeland), ficcionais (GameBros, Muito além do medo e Força de elite) e realidade (Operação Policial, Câmera em Ação e Anjos da Guarda). O portfólio inclui os livros Poder S.A, Eu odeio meu chefe e Operação Policial.