Biografia

Equipe de produção da série Hebe revela curiosidades dos bastidores

A produção será exibida nas noites de quinta-feira da Globo

Publicado em 09/07/2020

Prevista para o início de 2020 na tela da TV Globo, a série Hebe foi estranhamente engavetada e relegada ao Globoplay. No entanto, por conta da paralisação das produções em razão da pandemia, a produção voltou ao radar da emissora, que a escalou para ocupar a primeira linha de shows das quintas-feiras a partir de 30 de julho.

Em 10 capítulos, Hebe narra a trajetória de Hebe Camargo, grande nome da TV brasileira. Valentina Herszage e Andrea Beltrão vivem a apresentadora em momentos distintos de sua vida, que são mostrados de maneira não-linear. A atração destaca a origem pobre, a carreira no rádio e a consagração na TV da artista, que faleceu em 2012.

Realizada ao mesmo tempo que o longa-metragem Hebe: A Estrela do Brasil, a série Hebe acaba sendo mais eficaz na narrativa da vida da apresentadora, já que o filme retrata apenas um pequeno recorte da trajetória de Hebe.

A produção chama a atenção pelo esmero na reconstituição histórica, além da qualidade dos cenários e figurinos. Para alcançar tal resultado, a Direção de Arte, Figurino e Caracterização da série tiveram acesso aos itens pessoais da apresentadora, o que fez toda a diferença.

Direção de arte

A diretora de arte Luciane Nicolino encarou o desafio de retratar a passagem não-linear de tempo por meio dos ambientes em que a apresentadora transitava e de tudo o que fazia parte deles.

“Precisávamos remeter o público a determinadas décadas de forma que ele entendesse as épocas em que tudo aconteceu. Fizemos, então, uma tirinha de como era a percepção das cores ao longo dessas décadas para criar uma paleta e um filtro específicos para cada uma delas”, explica Luciane.

Além da paleta de cores e dos filtros criados, as casas em que a apresentadora viveu desde que sua família se mudou para São Paulo ajudam a ilustrar as diferentes épocas retratadas em Hebe.

Elas aparecem durante toda a série e foram filmadas em variadas locações. Dentre elas, a casa real para a qual a artista se mudou com o marido Lélio Ravagnani (Marco Ricca) e onde faleceu, até hoje mantida por seu sobrinho Claudio Pessutti, no bairro do Morumbi, em São Paulo.

Para ambientar os espaços, além de uma infinidade de objetos de antiquários e lojas de aluguel existentes em São Paulo, a equipe teve em mãos um acervo especial: os itens pessoais de Hebe, preservados em sua casa, que agregaram muito à história.

“Ela tem um acervo espetacular da vida inteira – todos os prêmios que ganhou, desde a época do rádio, fotos, álbuns, os presentes… Claudio Pessutti, muito generosamente, nos cedeu móveis, roupas, sapatos e vários outros objetos”, revela a diretora.

Já alguns cenários de estúdio de televisão onde Hebe trabalhou (SBT, Record e Bandeirantes) foram refeitos em teatros, forma como originalmente os programas de TV eram gravados na época.

Figurino

As equipes de figurino e caracterização também precisavam retratar o avanço do tempo em décadas por meio das roupas e da maquiagem usada pela artista. Principalmente para o figurinista Antonio Medeiros e sua equipe, um fator foi de grande importância no processo: eles tiveram acesso a todas as roupas, sapatos, bolsas e acessórios reais de Hebe, guardadas até hoje em sua casa do Morumbi. Tudo usado para compor mais de 100 looks desde a década de 1980 até o final da vida da apresentadora.

“A grande maioria das peças serviu perfeitamente ao corpo da Andrea Beltrão. Foram raríssimas as vezes em que eu tive que fazer algum ajuste. E como para a fase de 2000 a 2012, em que a Hebe está mais velha, queríamos deixar a Andrea menos moldada e menos escultural, optamos por deixar as roupas exatamente como elas caíam”, afirma Antonio.

Para as outras fases da personagem, o figurinista conta como trabalhou: “Os anos 40 formam a fase mais pobre dela, ainda muito garota. Estudamos o que era comum no interior de São Paulo e brincamos com algumas peças. Para os anos 60 e 70, foram usadas muitas peças de brechó e também muita roupa contemporânea levada para épocas anteriores”.

Capítulo à parte na vida de Hebe e marca registrada da artista, as joias que aparecem na série são réplicas dos modelos originais. “É claro que é impossível ter os tamanhos e as proporções exatas porque é tudo muito grande. O coração de esmeralda que ela usava deve ter uns seis centímetros de diâmetro, todo cravejado de diamantes. Hoje, parece absurdo imaginar uma pessoa usando uma esmeralda assim. Mas a Hebe se dava esses presentes e isso era algo muito particular dela”, reflete Antonio.

Caracterização

Parte fundamental de toda a produção da série, a caracterização, assinada por Simone Batata, ressalta detalhes das fisionomias de cada personagem. Para as atrizes Valentina Herszage e Andrea Beltrão, ela conta que partiu de um longo e valioso processo de pesquisa: “A gente estudou as próprias coisas da Hebe, em seu acervo de fotos e reportagens que ainda estão em sua casa. Bebemos na fonte, num acesso muito privilegiado”.

Para aplicar tudo o que pesquisaram, Simone e sua equipe usaram muitas perucas. “A Hebe foi ficando loira e afinado a sobrancelha para a televisão. Ela tinha sua vaidade, mas foi moldando suas mudanças pelo que percebia necessário fazer para o seu público”, diz.

Na maquiagem, um jogo de cores marca as décadas retratadas na trama: “Muita cor nos anos 60, quando se usava mais verde e azul. Nos anos 50, tons secos com mais delineador. Nos anos 80, aquela loucura: muita maquiagem! A Hebe era muito mais ligada ao cabelo do que à maquiagem; ela tinha muito cabelo e brincava com ele de várias formas”, detalha a caracterizadora.

Já na fase final da vida da apresentadora, o objetivo foi justamente deixar alguns aspectos bastante aparentes, como a peruca que Hebe usou quando perdeu cabelo em função da doença que levou a sua morte.

Hebe estreia na TV Globo no dia 30 de julho e vai ao ar às quintas-feiras, após Fina Estampa. Original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, a série é criada e escrita por Carolina Kotscho, tem direção artística de Maurício Farias e direção de Maria Clara Abreu.

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