Representatividade

Encorajado por seguidores, repórter da Record TV se assume gay: “Entendi o papel que eu exerço”

Tom Bueno, de 37 anos, se emocionou ao relatar a pressão que sofreu no passado

Publicado em 09/06/2021

No mês em que se comemora o Orgulho LGBTQIA+, outro nome do jornalismo optou por abrir a intimidade e compartilhar informações com seguidores sobre sua sexualidade. Tom Bueno, de 37 anos, repórter da Record TV em São Paulo, em vídeo publicado no Instagram relatou detalhes sobre seu processo de aceitação como homem gay e se emocionou ao relembrar a pressão que sofreu de um colega de trabalho. “Meu silêncio já não servia mais como resposta.

Além de postar fotos bonitas, além de falar sobre saúde – que é um papel que eu defendo – eu sou porta-voz do diabetes, e também de falar um pouco do Jornalismo e de chamar a atenção para algumas causas, acho importante eu também compartilhar um pouco da minha história. Eu entendi o papel que eu exerço e recebo mensagens diariamente de pessoas pedindo pra eu fazer isso: contar como foi me assumir. Pra quem não sabe, eu sou gay“, disse o repórter, que à época tinha 28 anos.

Tom Bueno explicou que chegou a buscar por uma fonoaudióloga no inicio da faculdade por acreditar que sua voz era muito aguda e inadequada para atuar na área que sempre sonhou trabalhar. “Tive que me enquadrar dentro de um padrão.”

A minha história pode representar a história de milhares de jovens”, também enfatizou ele, que em seguida deu detalhes sobre a humilhação vivenciada no antigo trabalho por parte de um cinegrafista. “A primeira vez que eu falei ‘sou gay’ foi dentro de um carro de reportagem depois de me sentir muito ecoado … pressionado, quase humilhado. Meu silêncio já não servia mais como resposta.”

Vítima de atos machistas e homofóbicos, Tom relata os momentos difíceis da época. “Eu estou até um pouco tremendo para contar, é como reviver tudo aquilo […] e eu estava tão de saco cheio […] eu lembro que aquele dia parecia que acabou tudo, mas ao mesmo tempo me senti aliviado porque eu falei algo que estava preso“, disse ele sobre os minutos após ter explodido com o cinegrafista que o pressionava com ‘brincadeiras’ impertinentes.

Tom ainda diz que desde então faz terapia para se entender melhor e que se assumir gay foi um ato determinante para que decisões importantes em sua vida fossem tomadas. Mais adiante ele ainda conta sua experiência na Record TV e diz nunca ter sofrido qualquer tipo de preconceito ou represália.

Nunca precisei contar pra ninguém: ‘olha, sou gay’. Já sabiam. E eu já deixava muito claro, isso. Já me posicionava nesta situação para que todos soubessem […] se você me perguntar se eu já passei por preconceito [na Record TV]. No meu trabalho não. Não na minha frente […] sempre fui muito respeitado pelos meus diretores, pelos meus companheiros de trabalho […] fui muito bem acolhido. Nunca tive problema nenhum.”

Assista!

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