História

Do quilombo para a Casa dos Artistas, Cyda Baú encantou Silvio Santos; por onde anda a atriz?

Atriz interpretou Jacinta no remake de Esmeralda

Publicado em 01/04/2020

A atriz Cyda Baú (45) se popularizou nacionalmente através da Casa dos Artistas Protagonistas de Novela, em 2004. Sétima eliminada da competição, a profissional ganhou o carinho do público e chamou a atenção de Silvio Santos, que a convidou para integrar o elenco da novela Esmeralda, novela de maior audiência da dramaturgia da emissora na década passada.

Cyda foi a negra entre os 14 participantes do reality de confinamento do SBT. Antes dessas experiências, com aproximadamente 25 anos, a atriz fez figuração em novelas da TV Globo após deixar BH e se mudar para o Rio de Janeiro.

Cyda Baú em cena de Esmeralda no SBT Reprodução SBT

No quilombo não tinha TV. Só os donos das fazendas onde ia trabalhar com minha avó tinham, de vez em quando eu dava uma espiada e ficava fascinada! Então o que uma empregada doméstica faz? Assiste novela”, disse ela em entrevista recente ao jornal El País.

O fascínio pela TV fez com que ela vendesse tudo que havia conquistado até então e ir atrás de seu sonho no Rio. “Fui morar no quarto de empregada onde dormia minha tia Déia”. Dormiam as duas em posição ‘fetal”, pois não havia nada de espaço, contou ela.

Cyda Baú Divulgação

Cyda conseguiu entrar na prestigiada escola de teatro Martins Pena. “Foi a primeira vitória que tive na vida enquanto mulher negra despertando”. O impacto da realidade veio quando lhe destinavam apenas papeis de empregada. “Eu fazia sempre as empregadas. Nas peças e nos estudos. Quando ia ver o meu papel era a da personagem que vem, põe o bolo na mesa e sai. Vem, limpa o que caiu e sujou, e sai. É muito forte isso”, afirma.

Alguns anos depois, através da leitura de algumas obras importantes da cultura negra, principalmente com Quarto de Despejo – Diário de uma favelada, de Carolina Maria de Jesus, ela também uma empregada doméstica, Cyda Baú inspirou-se para escrever a peça Os Rastros das Marias, em parceria com a dramaturga Gabriela Rabelo.

Os Rastros das Marias, em parte biográfica, celebra o heroísmo da mulher negra no Brasil. É neste palco que a artista se encontrou e hoje, casada e mãe de João Thor, de seis anos, ela grita por todas elas. De Marielle Franco e Carolina de Jesus à sua avó, dona Heroína.

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