Dancin’ Days estreava há 39 anos

Publicado em 10/07/2017

No dia 10 de julho de 1978, estreava na faixa das 20h da Globo a novela Dancin’ Days. Um verdadeiro clássico da televisão brasileira, a trama de Gilberto Braga é considerada uma das melhores novelas de todos os tempos. Além disso, foi uma das responsáveis pelo boom da discoteca no país no final dos anos 1970.

A trama gira em torno de Júlia Matos (Sônia Braga), uma presidiária, condenada depois de atropelar acidentalmente um homem durante a fuga de um assalto a um banco. Depois de 11 anos, Júlia sai da cadeia na esperança de reencontrar sua filha, que tinha apenas quatro anos quando a mãe foi encarcerada. Enquanto Júlia esteve presa, a pequena Marisa é enviada a um orfanato e, meses depois, passa a ser criada pela tia, Yolanda Pratini (Joana Fomm), a milionária irmã de Júlia. Yolanda ficou rica ao se casar por interesse, mas perdeu dois filhos recém-nascidos, e vê em Marisa (Gloria Pires) a chance de, finalmente, poder criar uma criança. Ela enche a sobrinha de muitos luxos e faz de tudo para que Marisa não tenha contato com a mãe presa.

Júlia consegue se reaproximar da filha fingindo ser outra pessoa. Ao mesmo tempo, ela se envolve amorosamente com Cacá (Antonio Fagundes), um diplomata desiludido com sua profissão. Quando Marisa é levada a se casar por interesse, manipulada por Yolanda, Júlia tenta intervir, mas sem sucesso. No dia do casamento da filha, Júlia revela ser sua mãe, bebe muito na festa e dá um escândalo, o que acaba a levando para a cadeia por mais seis meses. Quando sai, Júlia para de beber e conhece um milionário, Ubirajara (Ary Fontoura), com quem acaba se casando. Depois de um período na Europa, Júlia retorna exuberante e moderna, dançando na inauguração da discoteca Dancin’ Days, e com o desejo de se vingar da irmã.

O enredo de Dancin’ Days surgiu de uma ideia de Janete Clair, chamada A Prisioneira. Na trama, Gilberto Braga contou um típico folhetim, porém armado com temas relacionados a discussão dos valores da classe média e da elite urbana, além de estar sempre bastante antenado às revoluções sociais. Tal mescla acabou se tornando uma marca do autor, que levaria seu estilo a outros importantes títulos dele, como Água Viva e Vale Tudo.

O elenco de Dancin’ Days teve várias modificações ao longo da pré-produção da história. Para viver sua heroína Júlia, Gilberto Braga havia pensado, inicialmente, em Betty Faria, que não pôde fazer a trama por causa do programa Brasil Pandeiro. Assim, a personagem acabou nas mãos de Sônia Braga, tornando-se um dos trabalhos mais lembrados da atriz na televisão brasileira. Já a temível Yolanda Pratini caberia, inicialmente, a Norma Bengell, enquanto Joana Fomm estava escalada para viver a personagem Neide. Norma chegou a gravar cenas como Yolanda, mas se desentendeu com o diretor da trama, Daniel Filho, e acabou deixando o elenco. Joana, então, trocou de personagem e viveu Yolanda, um de seus trabalhos mais marcantes. A atriz Regina Vianna viveu Neide.

Dancin’ Days ditou moda e fez com que se espalhassem discotecas pelo país. A trama fez com que suas roupas de cetim e meias soquetes de lurex virassem febre. As meias eram meio fosforescentes, listradas e coloridas, com sandálias de tiras e salto alto, que viraram mania nacional. Para a marcante cena da volta triunfal de Júlia, no capítulo 79, a figurinista Marília Carneiro criou uma calça jogging vermelha de cetim com listas laterais. Completando o visual, a personagem usava as sandálias de salto fino sobre as tais meias de lurex. A novela foi tema de uma reportagem da revista americana Newsweek, de 1978, que destacou a influência da novela sobre os hábitos de consumo dos telespectadores.

Um dos maiores sucessos da história da Globo, Dancin’ Days teve média geral de 59 pontos. Foi escrita por Gilberto Braga e dirigida por Daniel Filho, Gonzaga Blota, Dennis Carvalho e Marcos Paulo, com direção-geral de Daniel Filho.

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Reveja a cena em que Júlia Matos dá um show de dança na boate Dancin’ Days:

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